José Carlos Barroso
Por entre as verdes montanhas de Minas revelam-se muitos segredos.
E entre esses profundos mistérios cá estamos aos contrafortes das serras e banhados pelo rio que reflete nossas tradições. Cá estamos com nosso jeitão simples de mineiro em meio aos aromas, que sobem junto à fumaça quente dos velhos fogões a lenha seduzindo paladares.
Mas que mistério envolve esta bendita comida? Como o nosso tutu, o frango com quiabo, o feijão tropeiro, a dobradinha, a canjiquinha com costela de porco, o lombo bem mineiro, com couve picada bem fininha, a farofa de farinha de milho de moinho de pedra d’agua, o angu preparado com fubá de moinho d’agua, o torresmo com mandioca, os deliciosos caldos, como: o de inhame, de feijão branco com dobradinha, de legumes, de feijão, de mocotó, de ervilhas etc., as deliciosas lingüiças defumadas, o leitão a pururuca, a galinha caipira, a feijoada, a rabada, o pão de queijo, o arroz ao alho, o feijão com “trupicão” de porco e os nossos doces de frutas, como: o de mamão, de goiaba, de leite, manga, abóbora, figo, banana, a rapadura com mamão ou com amendoim, o pé de moleque, a canjica, o arroz doce, o melado de cana com farinha de mandioca ou angu, e olhem que tudo fica ainda mais gostoso, com um bom e gostoso pedaço de queijo mineiro fresquinho.
O grande mistério está nas mãos abençoadas da simplicidade, que juntamos com uma porção de carinho e mais os temperos tradicionais e próprios da região completando assim as receitas antigas da vovó.
Ao final tudo se transforma na boa e gostosíssima comida caseira mineira, sempre regada a um bom aperitivo, que pode ser um licor, uma caipirinha ou uma boa cachaçinha fermentada com milho e curtida em tonéis de madeira de lei, tudo seguindo a tradição e a simplicidade do homem da roça.
Mas aqui neste pedacinho do Brasil que dá certo a colonização italiana foi muito marcante e foi ela que nos reservou a outra parte da magia de nossa culinária, que se aliou a uma dose bem picante de alegria, formando assim o que há de melhor para se agregar a um bom papo.
E de dar água na boca, a famosa polenta, que até hoje se corta seguindo a tradição de nossas nonas, a macarronada, as pizzas, o ravióli, o rigatoni, o fettuccine, a lazanha, o canelone, os ninhos de cabelos de ângelo com polpeta regada ao molho basílico, o calzone, a palha e a caçarola italiana que é um doce bem comum por aqui e que toda nossa gente prepara com maestria.
É a comida italiana com jeitinho e sabor bem mineiro.
Conheça São João Nepomuceno.
Você com certeza ficará preso a esta terra... pela boca.
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