PRIMEIRA PARTE:
Por Fábio de Campos Bastos,
com adaptações e curiosidades de José Carlos Barroso
O Botafogo Futebol Clube, teve sua fundação datada de 21 de abril de 1937, desempenhando suas atividades no antigo campo do Mangueira Futebol Clube, localizado no Largo da Matriz, onde hoje é utilizado para as exposições agropecuárias.
Nos conta a história que alguns diretores pressionavam para se fazer a mudança do nome do Clube, passando de BOTAFOGO F.C. para MANGUEIRA F.C., acabando por nascer aqui os dissidentes e o afastamento daqueles que não aceitavam a troca de nome, aqueles que viriam a reerguer o Botafogo F.C.
Capitaneados pelo Senhor Horacio Furtado de Mendonça uma plêiade de jovens passaram a viabilizar o ressurgimento do Botafogo Futebol Clube em 21 de abril de 1945, para tal decisão.
Aqui abrimos um parêntese para com prazer contarmos a todos uma curiosidade, de como eram as reuniões dos novos e velhos botafoguenses de São João, isto segundo dois dos fundadores do Botafogo, Ary Barroso Silva e Joaquim Paulo de Oliveira (Quinca): Contaram-nos, que as reuniões de soerguimento do Botafogo F.C. estavam sendo espionadas pelo então mangueirenses, e tudo que pensavam em realizar era descoberto. Assim tiveram a idéia de que as reuniões acontecessem pela ruas da cidade a noite, com o grupo andando, e assim fizeram, nunca estando em um lugar só, para que “as paredes não ouvissem”
Pois bem àquela altura era grande o numero de adeptos e simpatizantes ao Botafogo tendo sido então programadas diversas atividades, quando então foram considerados como fundadores do clube os senhores: Horácio Furtado de Mendonça, Humberto Nicodemos, Joaquim Paulo de Oliveira e Ary Barroso Silva.
Não tive a honra de conhecer o Senhor Horácio mas de seus casos e causos pude bem desfrutar, homem forte, de personalidade sem igual, destemido e empreendedor com características de grande benfeitor.
Quanto a Humberto Nicodemos, como não lembrar daquele velhinho, sim pequenininho, de cabelos ralos e brancos e, de letra de talhes invejáveis, que com gosto apreciava quando chegava em nossa casa um de seus cartões felicitando-nos pelos aniversários e , que logo nos apressava-nos para tentar imitá-lo – aliás de tanto tentar imitar aquela linda caligrafia acabei por esquecer a que aprendi a escrever nos bancos escolares – Escola Coronel José Braz - coisas de menino, o que sei é que acabei por ficar com a caligrafia parecida com a daquele simples e bondoso homem.
Por Fábio de Campos Bastos,
com adaptações e curiosidades de José Carlos Barroso
O Botafogo Futebol Clube, teve sua fundação datada de 21 de abril de 1937, desempenhando suas atividades no antigo campo do Mangueira Futebol Clube, localizado no Largo da Matriz, onde hoje é utilizado para as exposições agropecuárias.
Nos conta a história que alguns diretores pressionavam para se fazer a mudança do nome do Clube, passando de BOTAFOGO F.C. para MANGUEIRA F.C., acabando por nascer aqui os dissidentes e o afastamento daqueles que não aceitavam a troca de nome, aqueles que viriam a reerguer o Botafogo F.C.
Capitaneados pelo Senhor Horacio Furtado de Mendonça uma plêiade de jovens passaram a viabilizar o ressurgimento do Botafogo Futebol Clube em 21 de abril de 1945, para tal decisão.
Aqui abrimos um parêntese para com prazer contarmos a todos uma curiosidade, de como eram as reuniões dos novos e velhos botafoguenses de São João, isto segundo dois dos fundadores do Botafogo, Ary Barroso Silva e Joaquim Paulo de Oliveira (Quinca): Contaram-nos, que as reuniões de soerguimento do Botafogo F.C. estavam sendo espionadas pelo então mangueirenses, e tudo que pensavam em realizar era descoberto. Assim tiveram a idéia de que as reuniões acontecessem pela ruas da cidade a noite, com o grupo andando, e assim fizeram, nunca estando em um lugar só, para que “as paredes não ouvissem”
Pois bem àquela altura era grande o numero de adeptos e simpatizantes ao Botafogo tendo sido então programadas diversas atividades, quando então foram considerados como fundadores do clube os senhores: Horácio Furtado de Mendonça, Humberto Nicodemos, Joaquim Paulo de Oliveira e Ary Barroso Silva.
Não tive a honra de conhecer o Senhor Horácio mas de seus casos e causos pude bem desfrutar, homem forte, de personalidade sem igual, destemido e empreendedor com características de grande benfeitor.
Quanto a Humberto Nicodemos, como não lembrar daquele velhinho, sim pequenininho, de cabelos ralos e brancos e, de letra de talhes invejáveis, que com gosto apreciava quando chegava em nossa casa um de seus cartões felicitando-nos pelos aniversários e , que logo nos apressava-nos para tentar imitá-lo – aliás de tanto tentar imitar aquela linda caligrafia acabei por esquecer a que aprendi a escrever nos bancos escolares – Escola Coronel José Braz - coisas de menino, o que sei é que acabei por ficar com a caligrafia parecida com a daquele simples e bondoso homem.
Curiosamente os troféus que o Botafogo ganhava eram enterrados por Humbeto em sua casa, "para não sumirem" diziam eles. Será que é isso mesmo...? Aliás todos os pertences do Botafogo F.C foram confiscados, e foi um odisseia reavê-los.
Até é possivel, porque as camisas do Botafogo, chegaram a ser tingidas e distribuidas, para trbalhadores da Prefeitura. Coisas da paixão clubistica que por aqui sempre existiu!
Quanto ao Joaquim Paulo de Oliveira, o Quinca, posso dizer que eu não sabia nada da historia desse glorioso clube, e foi ele que me abriu os olhos para que eu pudesse admirar aqueles que fizeram por esta cidade em tempos tão difíceis. Intrigava-me vê-lo conversando sempre, com meu tio Ary Barroso, até que desinibido cheguei perto dos dois e eles falavam justamente do Botafogo a paixão dos dois. Parei e fiquei ouvindo aquelas historias e quanto mais contavam, mais eu mostrava-me interessado. Foi assim é que comecei a admirá-lo.
Já de meu Tio Ary Barroso Silva foi e é um orgulho nosso, aquele pequenino homem de grandes valores, orgulho da família. Digo que gosto de ficar olhando para ele, pois é como estar a admirar uma miniatura de meu pai. Calmo, bondoso, hilário e espirituoso ao extremo. Saber que foi um dos fundadores de meu clube do coração, sempre me deixou orgulhoso, e não me era nada estranho saber deste seu precioso dom empreendedor, pois sua vida foi sempre assim, se alternando entre as lutas e as vitórias.
Mas voltemos a historia escrita por Fábio Campos Bastos, que por sinal é idêntica a que ouvimos de nossos fundadores Ary Barroso e Quinca.
Enormes dificuldades foram vencidas, para hoje nós botafoguenses nos sentirmos orgulhosos do patrimônio moral e físico que desfrutamos.
A primeira providencia foi adquirir parte de vários quintais existentes na Rua dos Henriques, para mais tarde transformar aquele brejo agreste em um campo de futebol.
Neste particular, nada melhor do que tomarmos conhecimento do que escreveu Helio Velasco, sob o pseudônimo de John Bull, publicado no jornal Voz de São João, no dia 25 de junho de 1988, sob o título de “Flashes” Vejamos o que escreveu Helio Velasco, o John Bull.
Relembrando a saga do nosso Bota, eu revejo Horácio Furtado de Mendonça, rodeado de um punhado de jovens olhando para aquele com olhos brilhantes para aquele brejo agreste, cada um imaginando como a seu modo como aquilo seria transformado em um campo de futebol. Sentia-se nele, de modo claro e determinação e levar a cabo uma obra perfeita e duradoura capaz de manter sempre vivo o amor pela construção que ali se iniciava.
Vamos fazer neste terreno o melhor e mais perfeito trabalho de drenagem de um terreno em São João Nepomuceno, jamais visto exclamou o mentor principal, cuja palavra para nós era ordem.
Da minha parte, pensava com meus botões: Sr. Horacio vai trazer para cá uma equipe de engenheiros para por em pratica o que aprendemos nos livros de física do ginásio. Eles vão rasgar este terreno colocar camadas superpostas de pedra cascalho e areia e vão cobrir tudo de terra e plantar a grama.
Sem gramar não vai ter graça. E arrematava meus pensamentos: será que os cinqüenta anos darão para isto? Santa ignorância a minha!
Ele mandou rasgar três ou mais valetas no sentido transversal do campo, com cerca de um metro de profundidade até alcançarem um pequeno rego permanente que acompanhava a parte mais baixa do terreno, onde hoje se localiza a arquibancada no mesmo tempo em que comandou “agora tragam-me bambu e a graminha Banbuzia Vulgaria, quase extinta nas imediações da cidade.
A proporção em que os carros e mais carros de bambus iam chegando, a água ia se aflorando no fundo s valetas e, rápido começava a correr em direção ao rego coletor geral. Os bambus amarados em feixes grossos eram depositados no fundo dessas valetas, ponta a ponta, em toda a sua extensão e, em seguida cobertos com terra, formando um túnel subterrâneo. Pouco tempo após, toda a área estava praticamente seca, praticamente drenada.
Lá estão, até hoje, para quem quiser ver , bastando para isto cavar em locais certos, feixes de bambus, utilizados pela engenharia simples, eficiente e duradoura do saudoso patrono de nosso clube. Aprendemos todos uma lição inesquecível.
Mas, como desmontar metade da área que iría formar barrancos de três metros de altura, em média, apenas com a energia para se obter o nivelamento do terreno?
Aí, teve inicio nova epopéia.
Brasília, maio de 88
John Bull – Hélio Velasco
Assim teve inicio a obra consagrada do glorioso Botafogo.
Continua...
Já de meu Tio Ary Barroso Silva foi e é um orgulho nosso, aquele pequenino homem de grandes valores, orgulho da família. Digo que gosto de ficar olhando para ele, pois é como estar a admirar uma miniatura de meu pai. Calmo, bondoso, hilário e espirituoso ao extremo. Saber que foi um dos fundadores de meu clube do coração, sempre me deixou orgulhoso, e não me era nada estranho saber deste seu precioso dom empreendedor, pois sua vida foi sempre assim, se alternando entre as lutas e as vitórias.
Mas voltemos a historia escrita por Fábio Campos Bastos, que por sinal é idêntica a que ouvimos de nossos fundadores Ary Barroso e Quinca.
Enormes dificuldades foram vencidas, para hoje nós botafoguenses nos sentirmos orgulhosos do patrimônio moral e físico que desfrutamos.
A primeira providencia foi adquirir parte de vários quintais existentes na Rua dos Henriques, para mais tarde transformar aquele brejo agreste em um campo de futebol.
Neste particular, nada melhor do que tomarmos conhecimento do que escreveu Helio Velasco, sob o pseudônimo de John Bull, publicado no jornal Voz de São João, no dia 25 de junho de 1988, sob o título de “Flashes” Vejamos o que escreveu Helio Velasco, o John Bull.
Relembrando a saga do nosso Bota, eu revejo Horácio Furtado de Mendonça, rodeado de um punhado de jovens olhando para aquele com olhos brilhantes para aquele brejo agreste, cada um imaginando como a seu modo como aquilo seria transformado em um campo de futebol. Sentia-se nele, de modo claro e determinação e levar a cabo uma obra perfeita e duradoura capaz de manter sempre vivo o amor pela construção que ali se iniciava.
Vamos fazer neste terreno o melhor e mais perfeito trabalho de drenagem de um terreno em São João Nepomuceno, jamais visto exclamou o mentor principal, cuja palavra para nós era ordem.
Da minha parte, pensava com meus botões: Sr. Horacio vai trazer para cá uma equipe de engenheiros para por em pratica o que aprendemos nos livros de física do ginásio. Eles vão rasgar este terreno colocar camadas superpostas de pedra cascalho e areia e vão cobrir tudo de terra e plantar a grama.
Sem gramar não vai ter graça. E arrematava meus pensamentos: será que os cinqüenta anos darão para isto? Santa ignorância a minha!
Ele mandou rasgar três ou mais valetas no sentido transversal do campo, com cerca de um metro de profundidade até alcançarem um pequeno rego permanente que acompanhava a parte mais baixa do terreno, onde hoje se localiza a arquibancada no mesmo tempo em que comandou “agora tragam-me bambu e a graminha Banbuzia Vulgaria, quase extinta nas imediações da cidade.
A proporção em que os carros e mais carros de bambus iam chegando, a água ia se aflorando no fundo s valetas e, rápido começava a correr em direção ao rego coletor geral. Os bambus amarados em feixes grossos eram depositados no fundo dessas valetas, ponta a ponta, em toda a sua extensão e, em seguida cobertos com terra, formando um túnel subterrâneo. Pouco tempo após, toda a área estava praticamente seca, praticamente drenada.
Lá estão, até hoje, para quem quiser ver , bastando para isto cavar em locais certos, feixes de bambus, utilizados pela engenharia simples, eficiente e duradoura do saudoso patrono de nosso clube. Aprendemos todos uma lição inesquecível.
Mas, como desmontar metade da área que iría formar barrancos de três metros de altura, em média, apenas com a energia para se obter o nivelamento do terreno?
Aí, teve inicio nova epopéia.
Brasília, maio de 88
John Bull – Hélio Velasco
Assim teve inicio a obra consagrada do glorioso Botafogo.
Continua...
"Zé" Carlos, em primeiro lugar,parabéns pelo Blog.Iniciativas como estas são importantes para divulgar a história de nossa cidade.É o meu segundo clube,depois do União de Roça Grande.Dos 11 aos 19 anos ali passei entre o campo,quadra e piscina.Foi também o clube que meu pai defendeu durante 12 anos,portanto, tenho um carinho muito grande por este clube que me recebeu e que faz parte de minha história pessoal.É por estas e por outras razões que estou pesquisando a história do Botafogo.O artigo de Hélio Velasco é revelador,mas ainda tenho algumas dúvidas. Dia 22 de junho de 1941 o Botafogo realizou,em Bicas,sua partida até ser reativado em 1945. Coincidência ou não, a Voz de São João noticia,EM JUNHO DE 1941,mesmo ano e mês a dissolução do Botafogo, a fundação definitiva do Mangueira.Ainda quero sanar minhas dúvidas com mais pesquisas na Voz de São João e conversa com pessoas mais idosas.
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