SÃO JOÃO NEPOMUCENO - JAN NEPOMUCKY

134 ANOS OU 173 ANOS?



Por José Carlos Barroso

Desde que começamos a estudar profundamente a historia de nosso Município muito nos intrigou as controvérsias de datas, até que levado pelas explicações e estudos do historiador e professor Cláudio Heleno Machado, resolvemos suscitar questões, sabedores de que qualquer atitude poderia estar revolucionando uma historia contada há tempos nos bancos escolares.

Foi como Superintendente da Fundação Cultural São João Nepomuceno, e no ano de 2003, que escrevendo a história do Município, seus grandes vultos, e suas instituições através dos tempos, além de algumas curiosidades, com as quais nos deparamos ao longo de nosso trabalho, é que propusemos uma reconstrução, um resgate mesmo, dos fatos históricos esperando que nossas autoridades aceitassem nossas posições e ponderações em torno da questão e se unissem e comungassem conosco desse esforço.

Infelizmente assim não entenderam, e todo o nosso esforço, foi interrompido, até que somente agora no ano de 2010, que a Fundação Cultural, acatando os nossos estudos e, ainda do historiador André Cabral, aquela proposição revolucionaria da história foi levada até nossa Câmara de Vereadores, quando então vimos coroada nossa proposição, isto em 29 de abril de 2010.

Não passam elas de simples afirmações evasivas e desconexas, são todas oriundas de profunda pesquisa e estudo além de serem embasadas no relato e conhecimento de grandes nomes e de importantes historiadores, como o Cônego Raimundo Trindade, Celso Falabella de Figueiredo Castro, Dr. José de Castro Azevedo, Dr. Paulo Roberto Medina, Padre Dr. José Vicente César, Professor Cláudio Heleno Machado, Professor Antonio Henrique Duarte Lacerda do Arquivo Público de Juiz de Fora, e agora André Cabral, dentre outros, todos amparados por rica bibliografia oriunda de arquivos, jornais e livros.

O importante é que não esmorecemos e, sempre esperamos, que nossas autoridades permanecessem solidárias à nossa proposta e pudessem endossá-las unindo esforços na tentativa de reconstrução e recuperação da história de nossa São João Nepomuceno

Para que nossos jovens, e crianças em particular pudessem ter em mãos um compêndio contendo um pouco de nossa história, para suas pesquisas, e conhecimento, e que nossos professores deste trabalho se utilizassem para seus estudos e informações profissionais, apresentamos no ano de 2003 no Jornal O SUL DA MATA, a primeira edição dessa historia tão rica.


E foi com este mesmo pensamento que abraçamos a ideia e que só agora entregamos a todos por este blog São João Nepomuceno (JAM NEPOMUCKY como o fruto de uma união de pensamentos e esforços.

sábado, 24 de dezembro de 2011

COINCIDÊNCIA QUE CAIU DO CÉU



Por Jocarlosbarroso

AS DESCOBERTAS ACONTESSE ASSIM: DEPOIS DE UMA FELIZ COINCIDÊNCIA

Certa ocasião ainda como Superintendente da Fundação Cultural “São João Nepomuceno” em visita técnica ao Museu Nacional no Rio de Janeiro, situado na Quinta da Boa Vista, e depois de encantados com as relíquias, que lá se encontram, e com o número de peças expostas que contam a história do Brasil, e a de outros paises, acabamos por cair em um salão onde me deparei em um expositor de vidro contendo uma pedra, com o nome de meteorito São João Nepomuceno.
Embora havia ainda muito por visitar, fiquei ali parado frente aquela pedra imaginando como, onde teria caído aquela pedra e, quem a havia colhido.
Embora o meteorito de São João Nepomuceno, fosse uma incógnita, comecei a escrever o que relatava do mesmo a literatura mundial até que depois de alguns anos de procura e estudos, um dia entrou em meu escritório um amigo, e conto-me um caso sobre uma pedra que havia sido encontrada por seu pai, hoje com mais de oitenta anos, isso há cerca de sessenta anos atrás na zona rural do município de Descoberto, antes pertencente a São João Nepomuceno.
Agora as coisas estavam aclarando e tudo nos levava a crer que se tratava da pedra que eu havia admirado tanto no Museu Nacional.
Depois disso pus-me novamente as buscas pela origem da pedra relíquia, quando no blog do amigo Túlio Bambino interesse-me mais uma vez sobre o meteorito, quando em um de seus artigos narrava também sobre o mesmo.
Foi aí que vimos surgir os nome da Professora Elizabeth Zacolatto, que trabalha naquele museu, que contou-lhe que o meteorito foi entregue àquela instituição em janeiro de 1960, pelo Dr. Silvio Froes de Abreu, geólogo e pesquisador, mas sem precisar as condições e circunstancias em que a pedra foi encontrada.
Contou-lhe ainda que a metade do meteorito foi levada para os Estados Unidos para analise em 1973 SMITHSONIAN INSTITUTION em Washington e suas características constam do catálogo do mesmo e ainda do catalogo do Museu Histórico de Londres sob o título: Catalogue of Meteorites = São Joaão Nepomuceno, Minas Gerais, Brasil.

A DESCRIÇÃO DO METEORITO SÃO JOÃO NEPOMUCENO

Assim como os acondritos, os sideritos são provenientes de corpos parentais cuja matéria primordial sofreu diferenciação. Este material, originário da nebulosa que formou o sistema solar e presente nos meteoritos condritos, sofreu a ação gravitacional ao longo de bilhões de anos dando origem a todos os corpos que conhecemos hoje no sistema solar como o sol, planetas, asteróides, etc.
Os sideritos são meteoritos provenientes do núcleo desses corpos parentais onde o material mais pesado se concentrou como o Ferro e Níquel. Apesar de haver um grande número de meteoritos ferrosos já catalogados, a grande maioria não teve a sua queda observada. Somente uma pequena parcela das quedas observadas corresponde a meteoritos sideritos, a grande maioria é representada pelos condritos. Levando-se a conclusão que os meteoritos ferrosos são relativamente mais raros que os rochosos em nosso sistema solar.
Voltando a conversa com o meu amigo, o mesmo me relatou que depois de nossa conversa em meu escritório as coisas tomaram outro rumo, pois ele que antes havia enviado um pequeno pedaço do meteorito ao museu nacional para analise, há pouco tempo havia recebido a visita na casa de seus pais da professora Beth, Elizabeth Zacolatto, acompanhada de outro professor, que lhe afirmou que se tratava de uma parte do mesmo meteorito, como também ficamos sabendo da morte do geólogo e pesquisador Dr. Silvio Froes de Abreu,

Agora a próxima etapa será conhecer o artífice de toda esta historia, e que estaremos aqui registrando.
Até a próxima!

sexta-feira, 4 de novembro de 2011

HISTÓRIA DE MINHA RUA >RUA DR. FORTES BUSTAMANTE



Quem se propuser a estudar a vida da cidade de São João Nepomuceno encontrará, em determinado momento, um vulto que, à proporção que vai sendo analisado, irá crescendo à vista do pesquisador. É o doutor Antônio Justiniano Fortes Bustamante.

O papel que aquele eminente médico representou, no combate às epidemias que aqui graçaram, ao lado de um trabalho de medicina preventiva de real proveito, é algo de admirável, de sobre-humano. Ombreia-se com Carlos Alves e outros vultos históricos. Seu nome tem sido, no entanto, relegado a plano secundário, quando em verdade, está na primeira linha dos benfeitores são-joanenses.
Quem ler os seus relatórios, compulsando a coleção de "O Município", jornal de então, sentirá, em toda sua grandeza, a enormidade de Fortes Bustamante.

Não era do nosso São João, mas sim do ‘Del Rei', onde nascera em 1837. Diplomou-se pela Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro, em 1865. Clinicou cerca de 25 anos na vizinha cidade de Rio Novo, onde ocupou cargos eletivos, com projeção. Em 1895 já estava em São João Nepomuceno exercendo, posteriormente, o cargo de suplente de juiz federal, de médico da Polícia e médico da Higiene, função criada pela Câmara Municipal para atendimento dos necessitados e para vacinação preventiva.
Mal chegado aqui irrompe a epidemia de febre amarela, dizimando vidas preciosas. Vê cair Carlos Del-Vecchio, médico ilustre. E dr. José Augusto Gomide que segue o mesmo destino. Depois é o grande Carlos Alves, que ainda "queria escrever a história, triste e lúgrube desta luta, que muito me tem servido para bem estudar a humanidade, que não supus tão pequena e tão egoísta". Um a um dos companheiros cai. E fica ele de pé a contar com umas poucas mãos de apóstolos, que o auxiliaram em sua sacrossanta missão. São dois anos de luta para afastar a morte e permitir a vida. E foi dessa época que lhe veio o apelido de ‘Médico da Pobreza', porque não via ele diferença entre os males dos nababos e os dos míseros indigentes que batiam à sua porta.
Cessada a hecatombe, ele não descansa. Põe em prática seus conhecimentos de medicina preventiva para que novas epidemias não voltassem a assolar esta terra, numa antevisão quase divina. Nem todos, porém, o ouvem. Nem todos querer seguir seus conselhos, tal como acontecia a Oswaldo Cruz. E de novo, em 1900, ressurge a febre amarela. Quatrocentos domicílios são visitados em São João, Descoberto e Rochedo. Ilustre colega contribui para que a moléstia se propague, porque não crê no quadro mórbido que se apresenta. Não cria fossem amarelentos os seus enfermos. Mas, infelizmente, certo estava Fortes Bustamante. A moléstia se propaga. Ficam a seu encargo 262 febrentos. Perde somente 14, vale dizer, pouco mais de 5% de doentes. A epidemia passa e os louros cobrem a fronte do já sexagenário médico.

Seu destino era, no entanto, lutar. Consegue, temeroso de novos males, o "trancamento do cemitério velho", para se usar uma expressão sua. Passam os sepultamentos a ser feitos no Cemitério Novo, local por ele estudado e que, à época, representava o ideal para a cidade. Mas, poucos anos são passados e uma nova epidemia surge. Agora é a varíola que dizima. Estamos em 1904. Sua atividade foi espantosa, como está a registrar a crônica da época. Sacrifica-se Fortes Bustamante em todos os terrenos para que o mal não prossiga. Luta dia e noite. É médico e enfermeiro. Sua saúde nada vale em comparação com a de seus semelhantes. Num gesto de nobreza, cede seu sítio e o transforma em isolamento dos doentes.
Foi assim, a vida de doutor Fortes Bustamante. Viveu por um ideal: a vida de seu próximo.

Quando em 12 de agosto de 1915 levaram seu corpo inerte para a sua última morada, no Cemitério Municipal, onde lá repousa, São João toda chorava!

Pela resolução nº 23, de 7 de outubro de 1937, assinada pelo Prefeito Agenor Henriques Soares, foi o seu nome dado à rua aberta e que liga a Coronel José Dutra à Avenida Zeca Henriques.

"Há na força do passado a alegria e o consolo das ressurreições."
(Texto de autoria do Dr. José de Castro Azevedo,  lido em 1964, nos microfones da ZYV-39).


HISTÓRIA DE MINHA RUA > RUA CORONEL JOSÉ DUTRA



Quem leu as "Memórias da Rua do Ouvidor", de Joaquim Manoel de Macedo, e conhece a nossa Rua Coronel José Dutra, apelidada de Rua Sarmento, verá, guardadas as devidas proporções, que existe entre ambas uma certa afinidade, uma semelhança bem acentuada.
Para o autor de "A Moreninha", é a "Rua Do ouvidor a mais passeada e corrida, a mais leviana, indiscreta, bisbilhoteira, fútil, noveleira, poliglota e enciclopédica de todas as ruas da cidade. Em verdade, a nossa Rua Sarmento sempre foi o ponto de convergência de nosso povo, dos encontros programados ou previstos. É ali, desde o princípio deste século, o local preferido para o footing, à noite, de nossa mocidade, das moçoilas casadoras, do bate-papo do fim do dia. Para ela se convergiu a parte mais importante do comércio local.

A Origem de seu nome se perde pelo século XIX pois, é certo que, na documentação se refere ao ano de 1889, já se encontra sua toponímia como sendo Rua Coronel José Dutra. A instalação naquela rua, da firma comercial de Daniel de Moares Sarmento, no prédio onde estão hoje a Casa São Vicente de Paulo e o Bar Dia-e-noite, fez apagar bastante o nome primitivo da rua, para em seu lugar, surgir a Rua Sarmento, fenômeno esse que se repete com outros logradouros de nossa cidade.
Mas, quem foi o Coronel José Dutra?

O Coronel José Dutra Nicácio foi um chefe político de enorme prestígio, que militou nas fileiras do Partido Liberal. Quando o Partido Liberal Mineiro ("Genealogia dos Fundadores de Cataguazes, de Arthur Resende) orientado por Teófilo Ortoni se rebelou contra o governo em 1842, o Cel. José Dutra chefe em São João Nepomuceno, e seu cunhado Cel. João Bento Pereira Salgado, chefe no Pomba, trataram de reunir forte contingente para auxiliar os rebeldes e só não entraram em luta pelo motivo da derrota dos rebeldes em Santa Luzia, pelas forças de Caxias,..."ambos foram perseguidos e ameaçados de processo do qual se livraram em virtude da anistia então concedida."

Era o Coronel José Dutra natural do distrito de Lamim, município de Queluz, tendo nascido em 13 de abril de 1796 e batizado em 14 de março de 1797.
Foi casado, em primeiras núpcias, com D. Antônia de Lopes Dutra, com quem teve sete filhos; em segundo matrimônio com D. Antônia Vieira de Silva Pinto, ou D. Antônia Maria de São José, que veio a falecer devido ao impacto sofrido com o movimento revolucionário de 1842, e com ela houve uma única filha, e , finalmente, com D. Joaquina Medina Dutra, de cujo enlace nasceram três descendentes. Possuiu aqui a Fazenda do Ribeirão, nas proximidades da cidade. Fundou, no Espirito Santo, o Arraial de São José dos Calçados, hoje florescente cidade capixaba. Faleceu em 23 de Janeiro de 1873 em nossa cidade, quando contava setenta e sete anos de idade, sendo inumado no chamado Cemitério Velho, onde se econtra até hoje, sua sepultura. É ele o tronco da família Dutra em nossa cidade.

Salienta-se que a patente de "Coronel" que lhe deram, lhe foi concedida no Pomba, pelas tropas rebeldes, como comandante de uma das Legiões, que lá se formaram.
Inegável era o prestígio que desfrutava o Coronel José Dutra, mas a Revolução de 1842 desgastou-o sobremaneira, de modo que, só com o passar dos tempos, pôde de novo congregar em torno de sua pessoas os elementos que o apoiariam em sua carreira política, recuperando-o novamente e conseguindo o lugar de vereador à Câmara Municipal.

Para que se possa ter realmente uma idéia perfeita do papel representado por Coronel José Dutra, necessário se torna a leitura da História do Movimento Político, que no ano de 1842 teve lugar na Província de Minas Gerais, do Cônego José Antônio Marinho onde se retrata com bastante fidelidade aquela fase da vida do Estado e de nosso Município.

Temos para nós que foi o Coronel José Dutra a primeira figura que fez sair do anonimato o nome de São João Nepomuceno, um rincão, àquela época, quase desconhecido.
"Há Na força do passado a alegria e o consolo das ressureições"
(Texto de autoria do Dr. José de Castro Azevedo,  lido em 1964, nos microfones da ZYV-39).



HISTORIA DE MINHA RUA > TRAVESSA PADRE CONDÉ



Bem constantes eram as questiúnculas, no século passado, entre os poderes temporal e espiritual, em nossa terra. A interferência indébita de um poder no outro resultava, quase sempre, em lutas surdas, em dissabores, e, via de conseqüência, na remoção de vigários desta para outra freguesia.
Havia, no século XIX, um verdadeiro mal-estar entre Igreja e Poder Público, que melhor se poderia chamar de problema: Igreja versus Política Municipal.
Por outro lado, o trabalho apostolar era bem intenso, tão intenso mesmo que os vigários necessitavam, quase sempre, de um coadjutor para os auxiliar no pastoreio de seu rebanho. Foi assim que, sentindo o peso do trabalho que recaia sobre os ombros do já quase octogenário Cônego Joaquim dos Reis Menezes, cujo estado de saúde inspirava os mais sérios cuidados, que o Bispado de Mariana houve por bem enviar para São João o reverendíssimo padre Francisco Rodrigues Condé, já bem avançado em anos.
Era o Padre Condé natural da cidade do Pomba, onde nascera em junho de 1834, tendo sido ordenado em 17 de julho de 1870, na Quinta da Cartuxa, por Dom Antônio Ferreira Viçoso, que assim concedia a dignidade sacerdotal ao ducentésimo vigésimo oitavo padre, durante o seu episcopado. Algum tempo após sua chegada a esta cidade, falecia o Cônego Reis. Era o ano de 1888.
Mal chegado, sentiu ele a necessidade de se ampliar o campo santo, que se achava situado atrás do campo do Mangueira F.C. E foi assim que, já em 22 de agosto de 1888, benzia o acréscimo feito ao chamado Cemitério Velho, aumentando, deste modo, a capacidade para os enterramentos.
Sua atividade, durante o período da epidemia que assolou esta cidade em 1895, foi algo extraordinário. Aliando-se a Carlos Alves, era visto dia e noite a percorrer as ruas de nossa cidade, a dar não só assistência espiritual, mas também material aos nossos munícipes. E nessa faina prosseguiu anos a fio. Em 1900 seu organismo já estava combalido. Do fato fez ciência aos seus superiores. Foi por causa disso que, em 26 de março de 1900, aqui chegava o Revmo. Padre Francisco Del Gaudio, vindo de Maripá, para coadjuvar. Segue Padre Condé para Barbacena, em busca de melhoras para seu estado de saúde. Notícias, meses depois, correm pela cidade anunciando a sua renúncia ao vicariato. A imprensa local lamenta sua ausência e ressalta seu trabalho: “Em fins de 1895 e princípios de 1896, quando esta cidade graçou pela primeira vez a febre amarela, foi o Padre Condé, embora curvado pelos anos, um dos soldados, que ao lado do Dr. Alves, não abandonou o campo de batalha, cuja vitória nos custou o luto, a dor e a orfandade”. Entretanto, a 21 de julho retornava ele a seus afazeres apostólicos, dos quais só se vinha a afastar com a sua morte, ocorrida após os mais atrozes padecimentos, em 23 de agosto de 1908. Seu corpo foi dado à sepultura na própria Igreja Matriz de nossa cidade, o que não era vedado, pois, como se sabe, somente depois da promulgação do Código de Direito Canônico foram definitivamente proibidos os enterramentos nas igrejas.
Pouco se conhece hoje sobre a vida e a obra do Padre Condé. Podemos, no entanto, afirmar que, entre os seus traços característicos, estavam a tolerância, que era levada ao extremo, o espírito de justiça e bondade. Nossa afirmativa não é graciosa. Colhemo-la na imprensa local, em noticiário de seu passamento. Releva notar, no entanto, que o redator do jornal, de então, era antes de tudo e acima de tudo um anticlerical. E entre os períodos da notícia de seu passamento podemos encontrar a afirmação de que, como sacerdote “ninguém jamais excederá em virtudes cristãs o extinto Ministro do Nazareno”, cuja figura se exaltava “devido à sua bondade e a seu afastamento rigoroso de todas as questões políticas ou particulares”. Foi o Padre Condé “um dos que mais ilustram o cargo que desempenham”, “respeitabilíssimo”, e de “uma simplicidade de costumes”.
Há um ponto, na vida de Padre Condé, que não desejamos omitir. Foi o seu trabalho junto aos poderes públicos para que lhe fossem entregues os terrenos “que sempre constituíram um patrimônio da Igreja!” Trata-se de uma antiga questão entre a Igreja e o Poder Público Municipal local. Enquanto aquela assegura que os terrenos da cidade pertencem ao “Patrimônio Petri”, o último afirma que não existe prova dominial nesse sentido.
Como homenagem a esse grande vulto de nosso passado, houve por bem o Prefeito Agenor Henriques Soares, através da lei nº 23, de 3 de julho de 1937, denominar de Travessa Padre Condé a rua que demanda o município de Descoberto.

"Há na força do passado a alegria e o consolo das ressurreições."
(Texto de autoria do Dr. José de Castro Azevedo,  lido em 1964, nos microfones da ZYV-39).

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segunda-feira, 17 de outubro de 2011

DR. NAGIB CAMILO AYUPE

A foto historica nos revela o famoso encontro entre Tancredo Neves, Dona Nadina e Alda Ayupe esposa e filha do médico e politico Dr. Nagib. Vê-se também Célio Ferraz, Elmo Braz e Periclizinho. O local do encontro foi em frente a residencia do grande médico. O encontro é narrado no artigo abaixo. Foto arquivo de Eduardo Ayupe
Texto extraído do Jornal Voz de São João
de 10 de janeiro de 1981 Nº. 2.223,
com adaptação de José Carlos Barroso.
Dr. Nagib não morreu de todo. Ele permanecerá na lembrança da gestante que partejou, na da criança que curou, na do homem que assistiu, na do jovem que tirou do descaminho. Sua memória será cultuada por todo povo desta terra, que ele tanto engrandeceu e amou”.
Com estas palavras de Dr. José de Castro Azevedo, um de seus grandes amigos, por ocasião do passamento desse extraordinário homem, bem traduziu a vida do homem do povo, do medico extremoso e dedicado, do chefe de família exemplar e correto e, do político voltado aos interesses de sua terra e dos são-joanenses.
O Dr. Nagib Camilo Ayupe, era natural de São João Nepomuceno, onde nasceu aos 23 de outubro de 1911, sendo filho de dois imigrantes, o Senhor Abrahim Camilo Ayupe (Libanês) e de Dona Ângela Turaci Ayupe (Italiana) sendo a pujança de seu pai, cujo nome também está escrito nas paginas da historia de nossa São João Nepomuceno, como um dos fundadores do Hospital São João, e também do Clube Democráticos, como dos carinhos e ensinamentos de sua mãe, certamente o que lhe fizeram tornar o homem que foi.
Do Senhor Abrahim (o Sô Abrão) e Dona Ângela, de quem bem recordamos, era o casal de velinhos mais simpático, da Rua Domingos Henriques de Gusmão, e era ali que se situava a casa comercial a se confundir com a residência dos Ayupe, bem a esquina das ruas Domingos Henriques de Gusmão, com a que recebeu o seu nome Rua Abrahim Camilo Ayupe, continuação da Rua Barão de São João.
Além de Nagib, completava a irmandade Nazira, Nelson, Nilo, Nair, Nadej, Camilo, Vicente e, Maria Luiza.
O Dr. Nagib cursou o primário (1º grau) no antigo Grupo Escolar Coronel José Braz (Escola Municipal Coronel José Braz) e depois o curso secundário (2º grau) no então Ginásio São Salvador, mais tarde Instituto Barroso.
Em janeiro de 1929 fez em Belo Horizonte, submeteu-se ao concurso vestibular, para a Faculdade de Medicina, onde recebeu o seu diploma de médico.
A sua vida estudantil foi coroada de fatos meritórios, recheada de títulos resultado inconteste de sua inteligência e, amor aos estudos.
Após 8 de dezembro de 1934, ao ser diplomado pela Faculdade de Medicina de Minas Gerais, retornou a sua terra Natal, que o recebeu de braços abertos, onde deu iniciou a sua brilhante carreira médica.
Aqui ficou até outubro de 1936, quando então se transferiu para a cidade capixaba de Rio Novo do Sul, no Estado do Espírito Santo.
Em 15 de setembro de 1937, casou-se com a Senhora Nadina Furtado de Mendonça e, desse enlace veio a sua única filha Alda Sylvia Ayupe de Souza, casada com Dr. Ronaldo Mendes de Souza, agrônomo e advogado.
Era ali onde também era comum vê-lo ao lombo de um cavalo, ou em primitivos veículos da época percorrendo os mais longínquos lugares daquela terra capixaba, a qualquer dia e hora, fazendo como ninguém o que Deus lhe reservou como presente, ou seja, ser Seu instrumento de cura dos necessitados.
Mas São João Nepomuceno, iria receber Dr. Nagib, mais uma vez, isso no ano de 1940, quando reiniciou as suas atividades profissionais em sua terra natal, quando então logo passou a se integrar ao corpo clinico do Hospital São João, que sempre fora “a menina de seus olhos”, por inúmeras razões.
Em 1º de janeiro de 1951, assumiu o cargo de Diretor Clinico daquele mesmo nosocômio, função que exerceu, de forma ininterrupta por mais de vinte e cinco anos.
Aqui abro um parêntese para confidenciar, dizendo a vocês, com grande emoção, que foi no ano de 1952, que Dr. Nagib, juntamente com sua fiel ajudante de enfermeira Duila, naquela casa de saúde, nos trouxe ao mundo, assim como fez com milhares de crianças de São João.
Como médico muito trabalhou para a criação do Serviço de Assistência Médico – Domiciliar – Urgente (SANDU) de cujo quadro clinico fez parte até o dia da extinção dos serviços , na cidade, quando então passou a integrar o quadro clinico do Instituto da Previdência Social (INPS).
Dr. Nagib ainda prestou serviços junto ao Posto de Puericultura D. Maria do Carmo de Magalhães Sarmento e, o seu sacerdócio era junto aos velhinhos do Lar Ambrosina de Matos, que a cada dia em que lá chegava era recebido com abraços e beijos daqueles que o tinham como o seu grande benfeitor e, ele com paciência e compreensão distribuía os seus sorrisos e, todos os carinhos. Não era raro ouvir a suas gargalhadas, que eram como um grande bálsamo, aos que precisavam de seus serviços profissionais.
Mais uma vez, nossa memória voa, e chega até nosso tempo de menino, quando nossos pais, que sempre preocupados e zelosos por qualquer febre ou gripe chamavam-no até nossa casa. A sua presença era a certeza de cura e, assim era também com muitos e muitos são-joanenses, que o tinham como médico de família.
Em 1953, o grande médico esteve em São Paulo, onde no Hospital fez curso de cardiologia, sob a direção do consagrado professor Dante Pazzaneze.
Na cidade de Juiz de Fora Dr. Nagib participou como debatedor do simpósio sobre Colecistopatias Crônicas não Litiásicas, e naquela oportunidade impôs seu profundo conhecimento sobre a matéria.
Na verdade o Dr. Nagib Camilo Ayupe foi um médico completo, pois pontificava em diversos ramos da medicina, sempre se mostrando um grande estudioso. Sempre pronto para atender a todos, foi um clinico consumado, um exímio cirurgião, de mãos abençoadas por Deus, obstreta ou ginecologista respeitado e, não se tem conta dos são-joanenses que vieram ao mundo através de suas mãos.
Mas o que mais impressionava a todos os que conviviam com o grande médico era a exatidão de seus diagnósticos, bem como a terapêutica aplicada, e sempre correta, a cada caso que o desafiava.
Era um medico na inteira concepção da palavra, uma boa alma dedicada aos seus doentes, a seu povo, que na verdade era toda São João Nepomuceno.
Vale a pena relatar o que o grande médico são-joanense Dr. Nagib Camilo Ayupe em trabalho seu sobre a História da Medicina em nosso Município isto em 03 de maio de 1980, disse sobre os últimos dias de Dr. Augusto Glória Ferreira Alves:
(...)
“Atendendo seu chamado fui seu médico assistente durante sua última enfermidade. Visitava-o diariamente, procurando, a par da medicação, levar-lhe o conforto duma palavra amiga. Mas o doente sentia que suas forças desfaleciam e que seu fim estava próximo. Poucos dias antes de seu desenlace, entrando em seu quarto e aproximando-me de seu leito, convidou-me a sentar e foi logo dizendo: Meu filho! Muito obrigado por tudo o que você fez, mas é inútil, pois senectus est morbus, e eu estou no fim. Pediu a sua serviçal D. Sebastiana, que estava ao meu lado, que trouxesse a encomenda. Era um objeto comprido e embrulhado, que me entregou dizendo: Leve para você e guarde-a como lembrança desse velho amigo e colega que o viu nascer e a quem assiste morrer.
Perdoe-me o haver me estendido demais no relato desse episódio, mas, se o fiz, é porque ele toca profundamente a minha sensibilidade.
O presente com que o Dr. Glória me obsequiou naquele instante, foi uma bengala com castão de ouro, estando nele gravado suas iniciais. Segundo informação que tivemos, essa bengala lhe foi oferecida por um grupo de amigos numa festa em sua homenagem.
Pois bem, senhores! Essa bengala eu a guardo como uma preciosidade, mas já recomendei aos meus descendentes e reitero essa recomendação neste momento, publicamente: Se algum dia for criado pelos poderes municipais, um museu nesta cidade, essa bengala deverá pertencer ao seu acervo. Os objetos também podem ter a sua história e essa bengala pertence à história de São João Nepomuceno.
E assim foi feito, pois Dona Nadina Furtado Ayupe, sua esposa, por ocasião da criação do Museu Municipal fez doação da preciosa relíquia ao Exmo.sr. Prefeito Municipal Célio Filgueiras Ferraz, e mais uma vez eu presenciava como Superintendente da Fundação Cultural e Presidente do Museu Municipal, aquele momento histórico, onde cumpria-se assim o desejo do grande médico Dr. Nagib Camilo Ayupe.
Mas Dr. Nagib teve ainda sua vida voltada à política, e dela participou ativamente, atingindo altos postos e, sempre distinguido pelo governo e por seu partido o PSD, cujo Diretório Municipal em São João o teve como Presidente.
Nagib como político, foi amigo inseparável do Ex-presidente Tancredo de Almeida Neves e foi a sua residência, que abrigou por diversas vezes o famoso político, quando de suas visitas a São João.
Agora mais um parêntese, o Ex-Presidente Tancredo Neves em sua ultima visita a São João Nepomuceno, em campanha rumo ao Palácio da Liberdade, candidato ao governo de Minas Gerais, acompanhado de Célio Ferraz, ao descer do carro que o levou ao encontro de Dona Nadina, e de sua filha Alda disse em tom emocionado: “Quanta saudade dele”, e os dois se abraçaram comovidos, enquanto os olhos daqueles que presenciaram aquelas cenas de saudade e de imensa amizade, certamente todos, ficaram marejados, e eu lá estava, orgulhosamente.
Foi atuante Vereador, e Presidente da Câmara Municipal nas Legislaturas de 1948, 1955 e 1963, sempre eleito com expressiva votação, o que lhe rendeu a condição de um dos Vereadores mais votados de nosso Estado.
No ano de 1954 reformulou o Diretório Municipal do PSD, assumindo a sua presidência.
Foi Prefeito de sua terra, de 1959 a 1963, tendo como Vice o Sr. Mauro Henriques Furtado, quando pos a prova o seu incontestável prestigio, saindo vitorioso de uma dura disputa eleitoral disputadíssima.
Sua administração foi coroada de êxito, e São João Nepomuceno, pode ver de perto um prefeito cujas ações sempre foram voltadas para o povo, na verdade era o grande orgulho do são-joanense, que o tinha como um dos seus maiores filhos.
Construiu ele pontes, parque infantil, poços artesianos, ampliou a rede de águas e de esgoto, calçou ruas, abriu estradas e conservou todas as que à época existiam.
Durante sua gestão foram inaugurados os prédios do Fórum, que recebeu o nome de Dr. Ananias Varela de Azevedo, e do Posto de Saúde com a honrosa presença do Governador de Minas Dr. Bias Fortes.
Foi também durante a sua gestão que foram instaladas as agências do Banco do Brasil e do INPS, para as quais teve participaçã para as quais teve participaç e do INPSinas Dr. Bias Fortes.
to de Saude aguas overno e por seu partido o PSD, cujo o.
A reativação dos trabalhos do asfaltamento da São João – Bicas, também muito se deveu a interferência do inolvidável médico e político, quando pode ver mais um de seus feitos realizados no dia 5.11.1970, quando era inaugurada a estrada pelo Prefeito de então e, o seu Vice, ou seja, o Sr. Mauro Elpidio Nogueira, com a honrosa presença a inauguração do Governador mineiro Israel Pinheiro, que fez questão de ter ao seu lado o Ex-Prefeito Nagib Camilo Ayupe.
Mas depois de se destacar como homem público, foi vitima de um “exílio voluntário” quando se afastou temporariamente da política. Mas ter se tornado o Presidente de Honra do PSD na cidade o trouxe de volta as lidas políticas, tirando-o do exílio a que se submetera.
Nagib era um apaixonado pelas letras, pela literatura e pela educação, tendo sido professor na Escola Normal Dona Prudenciana e no Colégio São João Nepomuceno, tendo sido paraninfo de várias turmas prova de seu grande prestigio e do amor dos são-joanenses por esse ilustre filho desta terra.
Neste mister ainda se destacou como um dos fundadores do Ginásio “Dr. Augusto Glória” da CENEC, hoje Escola Municipal “Dr. Augusto Glória”.
Como abnega cultor das letras, criou ele o Centro Cultural “Francisco de Castro” do qual foi o seu primeiro Presidente ocupando a cadeira que tinha como nome o Patrono da entidade, e o seu discurso de posse muito elogiado tinha como titulo “O Divino Mestre”.
No dia 05 de janeiro de 1981, falecia o grande médico Nagib Camilo Ayupe, e por tudo o que representou em vida para a medicina e para o povo são-joanense, não foi surpresa a multidão que o acompanhou até a sua ultima morada.
As manifestações de pesar vieram de todos os lugares e, o Jornal Voz de São João noticiou a sua morte e muitos foram o que publicamente manifestaram sua consternação por irreparável perda.
O nome do inesquecível médico, político Dr. Nagib Camilo Ayupe, foi imortalizado quando a entrada principal da cidade recebeu o seu nome, e ainda o Posto de Saúde do Bairro Benette, homenagens e o reconhecimento público do povo de São João Nepomuceno a esse seu filho, que viveu para servir.
Agora passados cem anos de seu nascimento * 23.10.1911 – 23.11.2011, o Poder Público atual lhe presta significativa homenagem em nome do povo são-joanense, quando à subida da Colina da Matriz, edifica o pedestal e ali introduz de seu busto, em significativa homenagem.
Dr. Nagib Camilo Ayupe ESTÁ VIVO no coração de nossa gente e continuando a parafrasear; “ONDE ESTÁ Ó MORTE A SUA VITÓRIA”

sábado, 6 de agosto de 2011

HISTÓRIA DE NOSSAS RUAS > RUA DOS ESTUDANTES

Os moços que freqüentavam os bancos escolares de nossos estabelecimentos de ensino secundário, a que sempre se chamou de – a classe estudantina são-joanense – representaram, no passado, relevante papel na vida de nossa cidade. Em todos os empreendimentos, quer fossem festividades cívicas, sociais ou religiosas, lá se fazia presente o nosso estudante.

Moços cheios do mais sadio entusiasmo alegravam as ruas de nossa São João com a sua alacridade, com as suas troças, a sua “verve”, a graça e o espírito.

Habituara-se nossa gente a ouvi-los e a os aplaudir, incentivando-os em todas as manifestações do intelectualismo moço.

Um dos mais interessantes papéis executados por eles, sem dúvida, foi o de estreitar os laços de amizade entre as classes estudantinas locais e das cidades circunvizinhas. Um verdadeiro intercâmbio estabeleceram, divulgando lá fora o nome da cidade de São João Nepomuceno, vale dizer, de nosso município. Aqui foram por eles trazidas luzidas embaixadas de Viçosa, Juiz de Fora, Bicas, Rio Novo, Guarani, Ubá, Rio Branco e outras mais como também, em retribuição às mesmas cidades, levaram a “voz febril da mocidade” são-joanense.

Dito intercâmbio teve início em 1938 quando, para a passagem do “Dia do Estudante”, o 11 de Agosto, se programou a visita dos estudantes do Ginásio de Viçosa. Pelo vulto do acontecimento, jamais presenciado nesta terra – a cidade se “revolucionou”. Era o assunto obrigatório de todas as “rodas”, desde as mais sisudas delas à mais humilde. Noutra cousa não me falava naqueles dias. Emprestávamos, à época, o nosso concurso à Escola Normal D. Prudenciana e devido ao fato de sermos moços, também, entregamo-nos de corpo e alma à festividade. E na noite de 10 de agosto, à frente de um pugilo de jovens, dirigimo-nos à residência do Prefeito de então – o Farmacêutico Agenor Henriques Soares, que já se havia contagiado com o entusiasmo da classe estudantina, e em rápida oração, solicitamos-lhe que desse o nome de Estudantes a uma de nossas ruas e fosse além – decretasse feriado municipal o Dia 11 de Agosto. Reuniu se o Chefe do Executivo Municipal, por alguns instantes, no interior de seu lar, com os seus assessores, para, minutos após, vir trazer a notícia de que mandara lavrar os dois atos, atendendo, assim, ao apelo da classe moça.

E no dia seguinte, 11 de agosto de 1938, numa tocante solenidade, inaugurava-se uma tosca placa de madeira na “via pública que liga a rua Capitão Ferreira Campos à frente do Ginásio São João Nepomuceno”, com os dizeres Rua dos Estudantes*. A voz sempre reclamada daquele que era considerado “o maior amigo dos Estudantes são-joanenses”, o sempre saudoso professor doutor Francisco Zágari, se fez ouvir. Falava ele em nome do Prefeito Agenor Henriques Soares para testemunhar aos moços são-joanenses o apreço que lhes tinha o poder público municipal e o reconhecimento pelo trabalho que vinham realizando em prol do nome do município. Agradecendo pela mocidade são-joanense, falou o professor José de Castro Azevedo sobre o significado do ato que se realizava, da sua justeza e do reconhecimento de nossa juventude, que trabalhava para a divulgação do nome deste município, ajudando para que ele transpusesse fronteiras e ecoasse lá fora.

*Atualmente a “Rua dos Estudantes” chama-se “Rua Professor Gabriel Archanjo de Mendonça”.

"Há na força do passado a alegria e o consolo das ressurreições."

(Texto de autoria do Dr. José de Castro Azevedo, lido em 1964, nos microfones da ZYV-39).

sexta-feira, 25 de março de 2011

HISTÓRIA DE MINHA RUA > RUA PRESIDENTE GETÚLIO VARGAS

Foto de sjonline

Já disséramos em outra oportunidade, que, entre as ruas que, nos fins do século passado (XIX), em nossa cidade, já tinham o seu nome, se destaca a Rua Comendador Francisco Ferreira. Nela – um prédio se destacava pelos serviços prestados à nossa infância: o Grupo Escolar Coronel José Brás, construído no primeiro decênio deste século (XX). Entretanto, em 1930, era inaugurado o novo prédio do Grupo, na hoje Praça Coronel José Braz. A Rua Comendador Francisco Ferreira passou, então, a ser chamada, popularmente, de Rua do Grupo Velho. Ninguém quase a chamava pelo seu legítimo nome. Todos a conheciam só por seu apelido.
Os tempos passaram. Veio a época do Estado Novo. O golpe de 10 de Novembro de 1937, que derrubou a Constituição de 34, levou-nos ao Estado Totalitário. E isto, mesmo a contragosto de muitos, transformou a fisionomia da política nacional. Realmente, uma figura enchia o país de norte a sul: Getúlio Dornelles Vargas, o Chefe de Estado. E, quando em todos os recantos da Pátria se comemorava o primeiro aniversário da Constituição outorgada ao povo e o primeiro ano de vivência no novo regime, São João Nepomuceno aderiu às manifestações de apoio ao Presidente. E foi assim que, em 10 de novembro de 1938, em solenidade pública, o prefeito Agenor Henriques Soares assinava o decreto nº 23, que denominava Rua Presidente Getúlio Vargas àquela que tem início na Rua Coronel José Dutra e termina na Rua Governador Valadares. Minutos após a assinatura do ato eram solenemente, também, colocadas as novas placas naquele logradouro.
Com isso mutilava-se uma das mais antigas ruas de nossa Cidade: a Rua Comendador Francisco Ferreira, que se privava de mais de dois terços de seu cumprimento, reduzindo-se a uma pequena e inexpressiva rua.
No entanto, com a nova denominação homenageava-se aquele que, no dizer de sua própria filha, “foi um homem excepcional que, tendo vivido todas as angústias da adolescência de um povo, se conservou sempre jovem e morreu em plena juventude espiritual, deixando um exemplo insuperável dentro da História do Brasil.”
É bem cedo ainda para se julgar a figura de Vargas, que foi inquestionavelmente o homem mais discutido e menos entendido da História Pátria. Endeusado por uns, menosprezado por outros, bem difícil se torna ainda nos dias de hoje se opinar serenamente sobre o homem público. Somente a posteridade poderá disseca-lo e analisa-lo friamente, sem as paixões ou distorções que ainda agora conturbam a vida nacional.
Em verdade, virtudes ele teve. Grandes méritos, obras imperecíveis que são marcos indeléveis, que não desaparecerão jamais e que assinalam a sua longa passagem pela curul presidencial. Seus deméritos são apontados, no entanto, a todo passo, como causa primeira de todos os grandes males que afligem e convulsionam a pátria brasileira, ainda nos dias presentes, mais de dez anos depois de sua morte.
Tem-se dito que a vida de Getúlio Vargas foi feita de quedas e de ascensões. Para muitos sua vJá disséramos em outra oportunidade, que, entre as ruas que, nos fins do século passado (XIX), em nossa cidade, já tinham o seu nome, se destaca a Rua Comendador Francisco Ferreira. Nela – um prédio se destacava pelos serviços prestados à nossa infância: o Grupo Escolar Coronel José Brás, construído no primeiro decênio deste século (XX). Entretanto, em 1930, era inaugurado o novo prédio do Grupo, na hoje Praça Coronel José Braz. A Rua Comendador Francisco Ferreira passou, então, a ser chamada, popularmente, de Rua do Grupo Velho. Ninguém quase a chamava pelo seu legítimo nome. Todos a conheciam só por seu apelido.
Os tempos passaram. Veio a época do Estado Novo. O golpe de 10 de Novembro de 1937, que derrubou a Constituição de 34, levou-nos ao Estado Totalitário. E isto, mesmo a contragosto de muitos, transformou a fisionomia da política nacional. Realmente, uma figura enchia o país de norte a sul: Getúlio Dornelles Vargas, o Chefe de Estado. E, quando em todos os recantos da Pátria se comemorava o primeiro aniversário da Constituição outorgada ao povo e o primeiro ano de vivência no novo regime, São João Nepomuceno aderiu às manifestações de apoio ao Presidente. E foi assim que, em 10 de novembro de 1938, em solenidade pública, o prefeito Agenor Henriques Soares assinava o decreto nº 23, que denominava Rua Presidente Getúlio Vargas àquela que tem início na Rua Coronel José Dutra e termina na Rua Governador Valadares. Minutos após a assinatura do ato eram solenemente, também, colocadas as novas placas naquele logradouro.
Com isso mutilava-se uma das mais antigas ruas de nossa Cidade: a Rua Comendador Francisco Ferreira, que se privava de mais de dois terços de seu cumprimento, reduzindo-se a uma pequena e inexpressiva rua.
No entanto, com a nova denominação homenageava-se aquele que, no dizer de sua própria filha, “foi um homem excepcional que, tendo vivido todas as angústias da adolescência de um povo, se conservou sempre jovem e morreu em plena juventude espiritual, deixando um exemplo insuperável dentro da História do Brasil.”
É bem cedo ainda para se julgar a figura de Vargas, que foi inquestionavelmente o homem mais discutido e menos entendido da História Pátria. Endeusado por uns, menosprezado por outros, bem difícil se torna ainda nos dias de hoje se opinar serenamente sobre o homem público. Somente a posteridade poderá disseca-lo e analisa-lo friamente, sem as paixões ou distorções que ainda agora conturbam a vida nacional.
Em verdade, virtudes ele teve. Grandes méritos, obras imperecíveis que são marcos indeléveis, que não desaparecerão jamais e que assinalam a sua longa passagem pela curul presidencial. Seus deméritos são apontados, no entanto, a todo passo, como causa primeira de todos os grandes males que afligem e convulsionam a pátria brasileira, ainda nos dias presentes, mais de dez anos depois de sua morte.
Tem-se dito que a vida de Getúlio Vargas foi feita de quedas e de ascensões. Para muitos sua vida foi um mistério. Para nós, o mistério é sua morte.
“Serenamente dou o primeiro passo no caminho da eternidade e saio da vida para entrar na História” são suas últimas palavras na conhecida “Carta Testamento” que teria sido redigida num momento de conturbação de espírito e à qual se segue o gesto trágico do suicídio. Muitos anos deverão passar ainda para que se esclareça toda a verdade, quando deverá vir à luz a realidade dos fatos. Suicídio? Homicídio? Paira no ar, para se usar o lugar comum, a dolorosa interrogação.


"Há na força do passado a alegria e o consolo das ressurreições."
(Texto de autoria do Dr. José de Castro Azevedo, lido em 1964, nos microfones da ZYV-39).

terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

HISTÓRIA DE MINHA RUA: RUA VISCONDE DO RIO BRANCO


Rua Visconde do Rio Branco foto: Fernando Motta

Segundo se sabe, pelo menos desde a metade do século passado*, já se denominava Rua Visconde de Rio Branco a via pública de nossa cidade que nos leva até o prédio da Escola Normal D. Prudenciana**, partindo-se da Praça Barão do Rio Branco.
Em verdade, naquela época, media ela mais ou menos duzentos e cinquenta metros de comprimento, mas, em 1938, o poder público houve por bem mutilá-la e lhe tirou cerca de dois terços de sua extensão, dando ao trecho seccionado o nome de Rua Governador Valadares.
Desejavam os nossos antigos administradores homenagear um dos maiores homens do Império – José Maria da Silva Paranhos, que, no princípio de sua vida política, era conhecido como o Conselheiro Paranhos, que, pelos serviços prestados à Coroa, recebeu o título de Visconde do Rio Branco, nome com que realmente passou à história.
O Visconde do Rio Branco, tão grande como seu filho e homônimo – Barão de Rio Branco, foi um dos mais notáveis estadistas do Império, e uma vez mais soubera honrar o nome de seu torrão natal, a Bahia, pela sua inteligência, cultura e patriotismo.

Rua Visconde do Rio Branco - também conhecida como morro do ginásio
Desempenhou as mais destacadas funções no governo imperial, iniciando-as como secretário da missão diplomática, chefiada pelo Marquês de Paraná, em 1851, no Rio da Prata, dali passando a Ministro-residente, no ano seguinte. Foi por várias vezes nomeado plenipotenciário e enviado extraordinário na República Argentina, Uruguai e Paraguai, tendo oportunidade, em 1865, de concluir o acordo com aqueles países e o de organizar o governo provisório no Paraguai, assinando, por fim, o tratado preliminar de paz com aquelas nações.
Esteve ele no Rio da Prata, quando foi surpreendido com a ordem que dava por finda sua missão no exterior, voltando, então ao Brasil e pronunciando célebre discurso em 5 de junho de 1865, que durou oito horas.
Desempenhou o Visconde do Rio Branco as funções de Ministro da Marinha, Ministro dos Estrangeiros, Ministro da Guerra. Foi presidente da Província do Rio de Janeiro, deputado por ela e pelo chamado “Município Neutro” (na República, Distrito Federal), bem como por Sergipe e ainda, Senador.
Teve o Visconde do Rio Branco atuação destacadíssima no Segundo Império, tanto assim que fez parte do décimo-sexto Gabinete Ministerial e do vigésimo-quinto Gabinete, na qualidade de seu Presidente. Foi ele quem promulgou a lei que concedia liberdade aos filhos dos escravos, que nascessem a partir de então; lei essa mais conhecida como a do “Ventre Livre”.
Convém que se ressalte que o Visconde do Rio Branco pertencia ao Partido Conservador e que conseguiu presidir o mais longo Ministério de toda a Monarquia, pois formado em 1871, prolongou-se até 1876.
Merece ser destacado, na personalidade, na personalidade do Visconde de Rio Branco, o fato de ser ele abolicionista e esse seu ideal extravasou nossas fronteiras, indo refletir em outras nações. Estava ele em Assunção, no Paraguai, tendo organizado um governo provisório, quando da guerra contra aquele país, tendo que – um de seus principais atos foi declarar livres todos os escravos Paraguaios.
Parece-nos, salvo engano de nossa parte, que à época de tua permanência na Chefia do Gabinete, em São João Nepomuceno predominava o Partido Conservador, donde lhe devotar o nosso povo especial estima e grande admiração. Vem daí, possivelmente, a ligação de seu nome a uma de nossas principais artérias, à época, como testemunho do são-joanense ao grande estadista, que tão assinalados serviços prestara à Pátria.
* O Século ao que o autor se refere é o Século XX.
** Atualmente o prédio abriga uma empresa do ramo de confecções.

"Há na força do passado a alegria e o consolo das ressurreições."
(Texto de autoria do Dr. José de Castro Azevedo, lido em 1964, nos microfones da ZYV-39)

CAPELINHA DE SANTO ANTONIO 1925

CAPELINHA DE SANTO ANTONIO 1925

CAPELINHA DE SANTO ANTONIO

CAPELINHA DE SANTO ANTONIO

NOSSAS MONTANHAS

NOSSAS MONTANHAS
UAI! SÃO AS MONTANHAS DE MINAS

TURMA DA 8ª SÉRIE DA E.M.CORONEL JOSÉ BRAZ

TURMA DA 8ª SÉRIE DA E.M.CORONEL JOSÉ BRAZ

SEM PALAVRAS!

SEM PALAVRAS!

A FABRICA DE TECIDOS

A FABRICA DE TECIDOS
FUNDADA EM 1895

ESCOLA CENTENÁRIA

ESCOLA CENTENÁRIA
ESCOLA MUNICIPAL CORONEL JOSÉ BRAZ

FANFARRA DO INSTITUTO BARROSO

FANFARRA DO INSTITUTO BARROSO
EM SEU INICIO

VISTA PARCIAL

VISTA PARCIAL
vista da matriz -São João a noite

A PREFEITURA HOJE

A PREFEITURA HOJE

O SOBRADO DE DONA PRUDENCIANA

O SOBRADO DE DONA PRUDENCIANA
O que restou da historia? UMA FOTO!!!