Por José Carlos Barroso
Escrever o passado nos leva a devaneios e às saudades
Dona Prudenciana Faustina de São José nasceu em 08 de agosto de 1853, em plena época da escravatura, era filha de Domingos Henriques de São Nicácio e de Maria Balduina Pereira Alvim. Seu avô paterno Domingos Henriques de Gusmão foi um dos fundadores de São João Nepomuceno e ai todo o seu desprendimento e caráter de benemerência e idealismo.
Dona Prudenciana casou-se com o viúvo Comendador José Soares Valente Vieira, e desse casamento lhe veio a única filha Francisca Cristina Soares (que conhecida também por sua bondade era por todos chamada de Tia Chiquinha) casada com José Henriques Pereira Brandão, o Coronel Zeca Henriques.
Alva Lucia (Isabel Henriques Cruz Távora, “Belinha”) com o seu CALEIDOSCÓPIO publicado em Voz de São João de 20 de setembro de 1986, assim se referiu sobre Dona Prudenciana:
“Nós a conhecemos de perto, residia no majestoso casarão secular de sua propriedade e ali esta ainda, situado no largo da Matriz. Quando criança nosso pai, após a missa, nos levava para visitar a tia Prudenciana. Miúda franzina, curvada, voz pausada, mas lúcida, sentada numa cadeira de rodas com uma manta sobre os joelhos.”
Na sua infância ainda nos conta Alva Lúcia, que Dona Prudenciana era uma menina como as demais de sua geração, tendo sido criada na fazenda, cercada de seus familiares e sob o regime e os costumes da rigidez, quando toda donzela era criada e educada para o matrimonio.
Quando a cidade carecia de escolas e o povo de instrução, pois saber ler e escrever era privilegio de poucos, cabendo somente aos mais aquinhoados, quando a mulher avistava esta possibilidade muito remotamente pois a cultura não lhes importava e sim as prendas domesticas para assim se dedicar ao marido de corpo e alma lhes dando muitos filhos para aumentarem e enriquecerem o clã.
Dona Prudenciana era uma predestinada, era de temperamento discreto, meio fechada, sem grande cultura, gostava de apreender e de ensinar, mulher de fibra e de grande coragem foi ela responsável direta pela construção nos moldes arquitetônicos da época isso em 12 de fevereiro de 1912 de um prédio para abrigar jovens ávidos pela instrução em São João.
Assim dispondo da quantia de $40:000.000 constrói e entrega a comunidade em 1913 o edifício que fora construído para abrigar o ensino secundário em nosso município.
As aulas tiveram inicio e o educandário recebeu o nome de Ginásio São Salvador tendo somente começado as aulas do curso normal.
Em 23 de setembro de 1913 pelo Decreto de nº 4014 do Governo Estadual, foi o curso normal, com as regalias da Escola Normal da Capital da Província de Minas Gerais.
Para a consecução de seu ideal contou Dona Prudenciana com a colaboração do Dr Augusto Gloria Ferreira Alves e de José Henriques Pereira Brandão o Coronel Zeca Henriques então Agente Executivo que faz a doação do terreno pelo Decreto 339 de 20.11.1911.
Dona Prudenciana Faustina de São José era dona de espírito muito avançado e evoluído para a época não pertencendo ao meio cultural e educacional, mas numa visão incomum como que inspirada por Deus realiza grandiosa obra e a entrega para que a comunidade são-joanense dela pudesse desfrutar.
Incomum também o seu gosto pelas roupas finas e era comum fazer importar de Paris maravilhosos vestidos seguindo figurinos importados da França de onde acompanhava a alta moda da capital francesa.
Os figurinos de Dona Prudenciana num total de quarenta você pode aprecia-los porque são hoje acervo da Fundação Cultural
Em conhecimento ao seu feito pelo Decreto de nº 4.028 seu nome fica perpetuado uma vez o Ginásio São Salvador passou a se chamar Escola Normal Dona Prudenciana.
Foi ainda ao lado de sua filha Francisca Cristina Soares responsável pela construção da Capela de São José em 1928, tendo colaborado também na reforma da Igreja Matriz tendo inclusive contribuído para a aquisição do relógio da Matriz ainda hoje visto por quase todos os são-joanenses que dele se orientam, um antigo costume na cidade.
Dona Prudenciana faleceu em 07 de dezembro de 1933 aos oitenta anos de idade e uma de suas netas Ana Lina Soares Valente (D. Lina Valente) hoje com novecentos 97 completados em 07 de setembro e residindo na capital mineira; conta a muitos que à época da construção do edifício da Escola Normal, sua avó da janela e da sacada de sua residência do largo da matriz (recentemente demolida), sentada numa cadeira de rodas acompanhava de binóculos as obras e ao cair da tarde também por muitas vezes contemplou o belo edifício que mandara edificar. Dona Lina com muito carinho assim se referiu a sua avó: “Tudo que nossa avó fez, foi com amor e por amor.”, provando que Dona Prudenciana ainda deixou também como legado a seus descendentes e a todo povo são-joanense a maior prova de altruísmo e de seu amor à juventude sendo reverenciada também como exemplo de mulher visionária neste grande e belo cenário histórico de São João Nepomuceno.
Escrever o passado nos leva a devaneios e às saudades
Dona Prudenciana Faustina de São José nasceu em 08 de agosto de 1853, em plena época da escravatura, era filha de Domingos Henriques de São Nicácio e de Maria Balduina Pereira Alvim. Seu avô paterno Domingos Henriques de Gusmão foi um dos fundadores de São João Nepomuceno e ai todo o seu desprendimento e caráter de benemerência e idealismo.
Dona Prudenciana casou-se com o viúvo Comendador José Soares Valente Vieira, e desse casamento lhe veio a única filha Francisca Cristina Soares (que conhecida também por sua bondade era por todos chamada de Tia Chiquinha) casada com José Henriques Pereira Brandão, o Coronel Zeca Henriques.
Alva Lucia (Isabel Henriques Cruz Távora, “Belinha”) com o seu CALEIDOSCÓPIO publicado em Voz de São João de 20 de setembro de 1986, assim se referiu sobre Dona Prudenciana:
“Nós a conhecemos de perto, residia no majestoso casarão secular de sua propriedade e ali esta ainda, situado no largo da Matriz. Quando criança nosso pai, após a missa, nos levava para visitar a tia Prudenciana. Miúda franzina, curvada, voz pausada, mas lúcida, sentada numa cadeira de rodas com uma manta sobre os joelhos.”
Na sua infância ainda nos conta Alva Lúcia, que Dona Prudenciana era uma menina como as demais de sua geração, tendo sido criada na fazenda, cercada de seus familiares e sob o regime e os costumes da rigidez, quando toda donzela era criada e educada para o matrimonio.
Quando a cidade carecia de escolas e o povo de instrução, pois saber ler e escrever era privilegio de poucos, cabendo somente aos mais aquinhoados, quando a mulher avistava esta possibilidade muito remotamente pois a cultura não lhes importava e sim as prendas domesticas para assim se dedicar ao marido de corpo e alma lhes dando muitos filhos para aumentarem e enriquecerem o clã.
Dona Prudenciana era uma predestinada, era de temperamento discreto, meio fechada, sem grande cultura, gostava de apreender e de ensinar, mulher de fibra e de grande coragem foi ela responsável direta pela construção nos moldes arquitetônicos da época isso em 12 de fevereiro de 1912 de um prédio para abrigar jovens ávidos pela instrução em São João.
Assim dispondo da quantia de $40:000.000 constrói e entrega a comunidade em 1913 o edifício que fora construído para abrigar o ensino secundário em nosso município.
As aulas tiveram inicio e o educandário recebeu o nome de Ginásio São Salvador tendo somente começado as aulas do curso normal.
Em 23 de setembro de 1913 pelo Decreto de nº 4014 do Governo Estadual, foi o curso normal, com as regalias da Escola Normal da Capital da Província de Minas Gerais.
Para a consecução de seu ideal contou Dona Prudenciana com a colaboração do Dr Augusto Gloria Ferreira Alves e de José Henriques Pereira Brandão o Coronel Zeca Henriques então Agente Executivo que faz a doação do terreno pelo Decreto 339 de 20.11.1911.
Dona Prudenciana Faustina de São José era dona de espírito muito avançado e evoluído para a época não pertencendo ao meio cultural e educacional, mas numa visão incomum como que inspirada por Deus realiza grandiosa obra e a entrega para que a comunidade são-joanense dela pudesse desfrutar.
Incomum também o seu gosto pelas roupas finas e era comum fazer importar de Paris maravilhosos vestidos seguindo figurinos importados da França de onde acompanhava a alta moda da capital francesa.
Os figurinos de Dona Prudenciana num total de quarenta você pode aprecia-los porque são hoje acervo da Fundação Cultural
Em conhecimento ao seu feito pelo Decreto de nº 4.028 seu nome fica perpetuado uma vez o Ginásio São Salvador passou a se chamar Escola Normal Dona Prudenciana.
Foi ainda ao lado de sua filha Francisca Cristina Soares responsável pela construção da Capela de São José em 1928, tendo colaborado também na reforma da Igreja Matriz tendo inclusive contribuído para a aquisição do relógio da Matriz ainda hoje visto por quase todos os são-joanenses que dele se orientam, um antigo costume na cidade.
Dona Prudenciana faleceu em 07 de dezembro de 1933 aos oitenta anos de idade e uma de suas netas Ana Lina Soares Valente (D. Lina Valente) hoje com novecentos 97 completados em 07 de setembro e residindo na capital mineira; conta a muitos que à época da construção do edifício da Escola Normal, sua avó da janela e da sacada de sua residência do largo da matriz (recentemente demolida), sentada numa cadeira de rodas acompanhava de binóculos as obras e ao cair da tarde também por muitas vezes contemplou o belo edifício que mandara edificar. Dona Lina com muito carinho assim se referiu a sua avó: “Tudo que nossa avó fez, foi com amor e por amor.”, provando que Dona Prudenciana ainda deixou também como legado a seus descendentes e a todo povo são-joanense a maior prova de altruísmo e de seu amor à juventude sendo reverenciada também como exemplo de mulher visionária neste grande e belo cenário histórico de São João Nepomuceno.
Dona Prudenciana Faustina de São José tem hoje o seu nome perpetuado no Centro de Aprendizagem localizado no Bairro Três Marias, como CAIC Dona Prudenciana Faustina de São José, administrado pela Prefeitura Municipal.
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