A foto acima é de 1905 uma preciosidade pois o fotografo era o pintor belga são-joanense George Heughebaert, responsável por inumeras obras, perdidas atualmente, sendo uma apenas conhecida a de Mater Dolorosa, guardada a sete chaves.
"Há na força do passado a alegria e o consolo das ressurreições”
"Há na força do passado a alegria e o consolo das ressurreições”
(O texto abaixo é de autoria do Dr. José de Castro Azevedo, lido em 1964, nos microfones da ZYV-39 e publicado no Jornal VOZ DE SÃO JOÃO").
Quem leu as "Memórias da Rua do Ouvidor", de Joaquim Manoel de Macedo, e conhece a nossa Rua Coronel José Dutra, apelidada de Rua Sarmento, verá, guardadas as devidas proporções, que existe entre ambas uma certa afinidade, uma semelhança bem acentuada. Para o autor de "A Moreninha", é a "Rua Do ouvidor a mais passeada e corrida, a mais leviana, indiscreta, bisbilhoteira, fútil, noveleira, poliglota e enciclopédica de todas as ruas da cidade. Em verdade, a nossa Rua Sarmento sempre foi o ponto de convergência de nosso povo, dos encontros programados ou previstos. É ali, desde o princípio deste século, o local preferido para o footing, à noite, de nossa mocidade, das moçoilas casadoras, do bate-papo do fim do dia. Para ela se convergiu a parte mais importante do comércio local. A Origem de seu nome se perde pelo século XIX pois, é certo que, na documentação se refere ao ano de 1889, já se encontra sua toponímia como sendo Rua Coronel José Dutra. A instalação naquela rua, da firma comercial de Daniel de Moares Sarmento, no prédio onde estão hoje a Casa São Vicente de Paulo e o Bar Dia-e-noite, fez apagar bastante o nome primitivo da rua, para em seu lugar, surgir a Rua Sarmento, fenômeno esse que se repete com outros logradouros de nossa cidade.
Quem leu as "Memórias da Rua do Ouvidor", de Joaquim Manoel de Macedo, e conhece a nossa Rua Coronel José Dutra, apelidada de Rua Sarmento, verá, guardadas as devidas proporções, que existe entre ambas uma certa afinidade, uma semelhança bem acentuada. Para o autor de "A Moreninha", é a "Rua Do ouvidor a mais passeada e corrida, a mais leviana, indiscreta, bisbilhoteira, fútil, noveleira, poliglota e enciclopédica de todas as ruas da cidade. Em verdade, a nossa Rua Sarmento sempre foi o ponto de convergência de nosso povo, dos encontros programados ou previstos. É ali, desde o princípio deste século, o local preferido para o footing, à noite, de nossa mocidade, das moçoilas casadoras, do bate-papo do fim do dia. Para ela se convergiu a parte mais importante do comércio local. A Origem de seu nome se perde pelo século XIX pois, é certo que, na documentação se refere ao ano de 1889, já se encontra sua toponímia como sendo Rua Coronel José Dutra. A instalação naquela rua, da firma comercial de Daniel de Moares Sarmento, no prédio onde estão hoje a Casa São Vicente de Paulo e o Bar Dia-e-noite, fez apagar bastante o nome primitivo da rua, para em seu lugar, surgir a Rua Sarmento, fenômeno esse que se repete com outros logradouros de nossa cidade.
Mas, quem foi o Coronel José Dutra?
O Coronel José Dutra Nicácio foi um chefe político de enorme prestígio, que militou nas fileiras do Partido Liberal. Quando o Partido Liberal Mineiro ("Genealogia dos Fundadores de Cataguazes, de Arthur Resende) orientado por Teófilo Ortoni se- rebelou contra o governo em 1842, o Cel. José Dutra chefe em São João Nepomuceno, e seu cunhado Cel. João Bento Pereira Salgado, chefe no Pomba, trataram de reunir forte contingente para auxiliar os rebeldes e só não entraram em luta pelo motivo da derrota dos rebeldes em Santa Luzia, pelas forças de Caxias,..."ambos foram perseguidos e ameaçados de processo do qual se livraram em virtude da anistia então concedida."
Era o Coronel José Dutra natural do distrito de Lamim, município de Queluz, tendo nascido em 13 de abril de 1796 e batizado em 14 de março de 1797.
Foi casado, em primeiras núpcias, com D. Antônia de Lopes Dutra, com quem teve sete filhos; em segundo matrimônio com D. Antônia Vieira de Silva Pinto, ou D. Antônia Maria de São José, que veio a falecer devido ao impacto sofrido com o movimento revolucionário de 1842, e com ela houve uma única filha, e , finalmente, com D. Joaquina Medina Dutra, de cujo enlace nasceram três descendentes. Possuiu aqui a Fazenda do Ribeirão, nas proximidades da cidade. Fundou, no Espirito Santo, o Arraial de São José dos Calçados, hoje florescente cidade capixaba. Faleceu em 23 de Janeiro de 1873 em nossa cidade, quando contava setenta e sete anos de idade, sendo inumado no chamado Cemitério Velho, onde se encontra até hoje, sua sepultura. É ele o tronco da família Dutra em nossa cidade.
Salienta-se que a patente de "Coronel" que lhe deram, lhe foi concedida no Pomba, pelas tropas rebeldes, como comandante de uma das Legiões, que lá se formaram.
Inegável era o prestígio que desfrutava o Coronel José Dutra, mas a Revolução de 1842 desgastou-o sobremaneira, de modo que, só com o passar dos tempos, pôde de novo congregar em torno de sua pessoas os elementos que o apoiariam em sua carreira política, recuperando-o novamente e conseguindo o lugar de vereador à Câmara Municipal.
Para que se possa ter realmente uma idéia perfeita do papel representado por Coronel José Dutra, necessário se torna a leitura da História do Movimento Político, que no ano de 1842 teve lugar na Província de Minas Gerais, do Cônego José Antônio Marinho onde se retrata com bastante fidelidade aquela fase da vida do Estado e de nosso Município.Temos para nós que foi o Coronel José Dutra a primeira figura que fez sair do anonimato o nome de São João Nepomuceno, um rincão, àquela época, quase desconhecido.
NOTA: Atualmente parte da Rua Coronel José Dutra abriga o Calçadão da cidade. Os estabelecimentos comerciais citados no texto do Dr. José de Castro Azevedo já não existem mais, bem como o Cemitério antigo, que ficava situado no Largo da Matriz, nos fundos do Parque de Exposições.
Era o Coronel José Dutra natural do distrito de Lamim, município de Queluz, tendo nascido em 13 de abril de 1796 e batizado em 14 de março de 1797.
Foi casado, em primeiras núpcias, com D. Antônia de Lopes Dutra, com quem teve sete filhos; em segundo matrimônio com D. Antônia Vieira de Silva Pinto, ou D. Antônia Maria de São José, que veio a falecer devido ao impacto sofrido com o movimento revolucionário de 1842, e com ela houve uma única filha, e , finalmente, com D. Joaquina Medina Dutra, de cujo enlace nasceram três descendentes. Possuiu aqui a Fazenda do Ribeirão, nas proximidades da cidade. Fundou, no Espirito Santo, o Arraial de São José dos Calçados, hoje florescente cidade capixaba. Faleceu em 23 de Janeiro de 1873 em nossa cidade, quando contava setenta e sete anos de idade, sendo inumado no chamado Cemitério Velho, onde se encontra até hoje, sua sepultura. É ele o tronco da família Dutra em nossa cidade.
Salienta-se que a patente de "Coronel" que lhe deram, lhe foi concedida no Pomba, pelas tropas rebeldes, como comandante de uma das Legiões, que lá se formaram.
Inegável era o prestígio que desfrutava o Coronel José Dutra, mas a Revolução de 1842 desgastou-o sobremaneira, de modo que, só com o passar dos tempos, pôde de novo congregar em torno de sua pessoas os elementos que o apoiariam em sua carreira política, recuperando-o novamente e conseguindo o lugar de vereador à Câmara Municipal.
Para que se possa ter realmente uma idéia perfeita do papel representado por Coronel José Dutra, necessário se torna a leitura da História do Movimento Político, que no ano de 1842 teve lugar na Província de Minas Gerais, do Cônego José Antônio Marinho onde se retrata com bastante fidelidade aquela fase da vida do Estado e de nosso Município.Temos para nós que foi o Coronel José Dutra a primeira figura que fez sair do anonimato o nome de São João Nepomuceno, um rincão, àquela época, quase desconhecido.
NOTA: Atualmente parte da Rua Coronel José Dutra abriga o Calçadão da cidade. Os estabelecimentos comerciais citados no texto do Dr. José de Castro Azevedo já não existem mais, bem como o Cemitério antigo, que ficava situado no Largo da Matriz, nos fundos do Parque de Exposições.
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