Texto de autoria de Dr. José de Castro Azevedo(Lido em 29/08/1964, às 18:25, nos microfones da ZYV-39 e publicado no Jornal Voz de São João)
Já contamos, em trabalho anterior, porque se chama, assim, hoje, a praça Doutor Carlos Alves. Como se sabe, esse não era, no passado, o seu nome.
Nos idos de 1901, a cidade oferecia aspecto diferente. Na confluência das Ruas Cel. José Dutra (Rua do Sarmento), Capitão Brás, Duque de Caxias e Heleno de Freitas, havia uma pracinha, onde, de acordo com os projetos traçados, se ergueria um dia um marco à memória de Carlos Alves. Era o Largo Triangular. Amplo arvoredo, cuidadosamente tratado dava-lhe encanto especial. Um majestoso gradil impedia-lhe o acesso público. Nivelara-se o Largo Triangular, de modo que a parte que fazia frente para a Rua Capitão Brás ( Rua do Totó) atingia elevada altura.
Pois bem. Em reunião da edilidade local, por proposta do então Agente do Executivo, nome que recebia o Prefeito Municipal daquela época, foi solicitado se desse o nome de "Coronel José Brás" àquele logradouro público. No ano anterior, vale dizer, em 1900, o Cel. José Brás houvera obtido uma das mais estrondosas vitórias na política municipal, pois, com o seu prestígio e tendo como bandeira o nome de Dr. Augusto Glória Ferreira Alves, obtivera a eleição desse homem público para o cargo de Agente do Executivo, derrotando as poderosas forças que apoiavam o nome de Eugênio Duarte da Silva Paiva àquele cargo. Também alcançava-se pela primeira vez, e naquele pleito, grande vitória em Santa Bárbara, hoje Carlos Alves, distrito em que o situacionismo era sempre derrotado. Tudo isso fazia polarizar sobre a figura de Cel. José Brás, que contava cerca de 50 anos de idade, as simpatias, a admiração e o respeito de seus concidadãos, que o levaram então à Presidência da Câmara Municipal.
Apresentada a proposta do Dr. Glória, contra ela se rebelou o próprio Cel. José Brás. Desejava ele, por modéstia ou por política que se desse o nome de Silviano Brandão à mesma Praça, ao invés do dele.
O doutor Francisco Silviano Brandão era o então Presidente do Estado de Minas Gerais, médico notável e que exercia grande ascendência no alto conselho dos dirigentes do Partido Republicano Mineiro e da administração, partido a que aliás, se achava filiado o próprio Cel. José Brás.
Entretanto, o projeto obteve a aprovação geral da Câmara, sendo afinal sancionada a lei.
A praça, com o passar dos tempos, foi se embelezando. Graças a um inteligente plano de Dr. Glória foi ela remodelada. Baixou-se lhe o nível e se lhe deu uma acentuada inclinação. Tirou-se lhe o amplo gradil, que circundava toda a praça e se o reduziu a uns poucos metros, em torno do busto de Carlos Alves. Procedeu-se ao ladrilhamento da Praça com meticulosodades tão próprias daquele saudoso administrador. E em 1915 era inaugurado ali o busto de Carlos Alves resultado de uma ampla subscrição popular. Do Rio, da Fundição Indígena, vieram os bancos de ferro e os artísticos postes em bronze, perfeitamente iguais àqueles que ornamentam a entrada do Palácio do Catete, na antiga Capital da República. Trabalhosa mesmo fora a colocação dos postes. Com que entusiasmo doutor Glória, recapitulava para nós a colocação deles... Dera tanto trabalho... Entendia o técnico no assentamento que os "abat-jours" deveriam jogar a luz para baixo, num verdadeiro chuveiro de "feerie, enquanto o administrador julgava que as luzes jorrariam para o alto. Diante do impasse só uma solução havias: a ida de um emissário ao Rio, para exata verificação, o que se fez, com a vitória do ponto de vista do Dr. Glória: realmente a luz se dirigia para o alto!
Mais tarde, para que se harmonizasse a nomenclatura de nossas praças, foi votado o projeto Dario Medina, transformado na lei 117, de 14 de fevereiro de 1953, dando-se o nome de Carlos Alves à então praça Cel José Brás.
Hoje, é um dos pontos de reunião de nossa cidade principalmente na época das campanhas políticas, pois ali se realizam os tradicionais comícios junto ao busto do grande são-joanense – o Doutor Carlos Alves, que, infelizmente, aqui não nasceu e nem tão pouco aqui repousam os seus restos mortais.
Nos idos de 1901, a cidade oferecia aspecto diferente. Na confluência das Ruas Cel. José Dutra (Rua do Sarmento), Capitão Brás, Duque de Caxias e Heleno de Freitas, havia uma pracinha, onde, de acordo com os projetos traçados, se ergueria um dia um marco à memória de Carlos Alves. Era o Largo Triangular. Amplo arvoredo, cuidadosamente tratado dava-lhe encanto especial. Um majestoso gradil impedia-lhe o acesso público. Nivelara-se o Largo Triangular, de modo que a parte que fazia frente para a Rua Capitão Brás ( Rua do Totó) atingia elevada altura.
Pois bem. Em reunião da edilidade local, por proposta do então Agente do Executivo, nome que recebia o Prefeito Municipal daquela época, foi solicitado se desse o nome de "Coronel José Brás" àquele logradouro público. No ano anterior, vale dizer, em 1900, o Cel. José Brás houvera obtido uma das mais estrondosas vitórias na política municipal, pois, com o seu prestígio e tendo como bandeira o nome de Dr. Augusto Glória Ferreira Alves, obtivera a eleição desse homem público para o cargo de Agente do Executivo, derrotando as poderosas forças que apoiavam o nome de Eugênio Duarte da Silva Paiva àquele cargo. Também alcançava-se pela primeira vez, e naquele pleito, grande vitória em Santa Bárbara, hoje Carlos Alves, distrito em que o situacionismo era sempre derrotado. Tudo isso fazia polarizar sobre a figura de Cel. José Brás, que contava cerca de 50 anos de idade, as simpatias, a admiração e o respeito de seus concidadãos, que o levaram então à Presidência da Câmara Municipal.
Apresentada a proposta do Dr. Glória, contra ela se rebelou o próprio Cel. José Brás. Desejava ele, por modéstia ou por política que se desse o nome de Silviano Brandão à mesma Praça, ao invés do dele.
O doutor Francisco Silviano Brandão era o então Presidente do Estado de Minas Gerais, médico notável e que exercia grande ascendência no alto conselho dos dirigentes do Partido Republicano Mineiro e da administração, partido a que aliás, se achava filiado o próprio Cel. José Brás.
Entretanto, o projeto obteve a aprovação geral da Câmara, sendo afinal sancionada a lei.
A praça, com o passar dos tempos, foi se embelezando. Graças a um inteligente plano de Dr. Glória foi ela remodelada. Baixou-se lhe o nível e se lhe deu uma acentuada inclinação. Tirou-se lhe o amplo gradil, que circundava toda a praça e se o reduziu a uns poucos metros, em torno do busto de Carlos Alves. Procedeu-se ao ladrilhamento da Praça com meticulosodades tão próprias daquele saudoso administrador. E em 1915 era inaugurado ali o busto de Carlos Alves resultado de uma ampla subscrição popular. Do Rio, da Fundição Indígena, vieram os bancos de ferro e os artísticos postes em bronze, perfeitamente iguais àqueles que ornamentam a entrada do Palácio do Catete, na antiga Capital da República. Trabalhosa mesmo fora a colocação dos postes. Com que entusiasmo doutor Glória, recapitulava para nós a colocação deles... Dera tanto trabalho... Entendia o técnico no assentamento que os "abat-jours" deveriam jogar a luz para baixo, num verdadeiro chuveiro de "feerie, enquanto o administrador julgava que as luzes jorrariam para o alto. Diante do impasse só uma solução havias: a ida de um emissário ao Rio, para exata verificação, o que se fez, com a vitória do ponto de vista do Dr. Glória: realmente a luz se dirigia para o alto!
Mais tarde, para que se harmonizasse a nomenclatura de nossas praças, foi votado o projeto Dario Medina, transformado na lei 117, de 14 de fevereiro de 1953, dando-se o nome de Carlos Alves à então praça Cel José Brás.
Hoje, é um dos pontos de reunião de nossa cidade principalmente na época das campanhas políticas, pois ali se realizam os tradicionais comícios junto ao busto do grande são-joanense – o Doutor Carlos Alves, que, infelizmente, aqui não nasceu e nem tão pouco aqui repousam os seus restos mortais.
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