"Há na força do passado a alegria e o consolo das ressurreições"
(Texto de autoria do Dr. José de Castro Azevedo, lido em 10/10/1964, às 18:25 horas, nos microfones da ZYV-39).
Iniciava mais uma reunião da edilidade local. Levanta-se em dado momento, o vereador doutor Geraldo Henriques Cruz para apresentação de proposições. Sugere à Câmara que esta renda homenagem a um vulto da história municipal, ligando o nome de um de seus grandes admiradores a uma de nossas vias públicas.
Pelo seu projeto deveria denominar-se "Rua Coronel José Mendes" o logradouro público da cidade que parte da ponte sobre o córrego que a atravessa, sobe o morro de Santa Rita e vai até a Rua Vila do Carmo. E pouco depois, pela Resolução n º 7, de 15 de junho de 1948, dava-se a denominação pedida àquela rua.
Em verdade, nada mais justo havia. O papel que o Cel. José Mendes houvera representado na vida pública sãojoanense, não poderia ser esquecido. Vínhamos de lutas de campanhas que molharam o chão do município de sangue, de luto, de ódios. Havia de ressurgir a paz desejada para o bem da coletividade e para o progresso do município.
Um homem havia capaz de tanto. Era um português, nascido em Treixo, na freguesia de Alvorge, comarca de Ancião, província de Beira Alta. Nascera em 24 de abril de 1871 e aos 27 anos tinha a mente carregada de sonhos, de aspirações, de projetos. E o Brasil era o El-Dourado. Chegou. Viu e gostou. Homem do trabalho, arregaçou as mangas e se pôs na luta. Foi ser empregado da Leopoldina, em Furtado de Campos. Depois, em Rochedo. Mas, isso, na época, não era trabalho para quem tinha tanta disposição para a luta. Não, positivamente não era esse o seu sonho. Montou, então, uma pequena casa comercial na vila, que começava a florescer. A casa cresceu. Os negócios prosperaram. Em pouco tempo já era o Cel. José Mendes o grande comprador de café que se associava a poderosas firmas para o comércio da rubiácea. Granjeara a simpatia popular. Impuzera-se perante todos pelo seu espírito comunicativo, bolsa sempre aberta aos pobres, aos necessitados, para os amigos. Quando se abriam as portas de sua residência, em Rochedo, ou as da Fazenda da Lage, para as recepções, era dia de festa. Havia sido "melhorado o rancho", como ele mesmo afirmava.
Rua Cel. José Mendes
E, esse homem, de uma tenacidade a toda prova, de moral elevada, soube se impor a todo o povo sãojoanense. Seu nome surgiu, então, como uma bandeira de pacificação nestas terras.
Eleito vereador especial pelo distrito de Rochedo, em 17 de maio de 1927, era guindado ao cargo de Presidente da Câmara e Agente Executivo do município, em eleição em que conseguiu toda a votação da oposição, que à época se mostrava tenazmente contrária à política dominante no município, mas que não regateava aplausos à figura de Cel. José Mendes.
Aceitou ele o cargo com um fito: trabalhar. Dias após à posse, punha-se em campo, percorrendo todo o município, sentindo as faltas e atendendo às reclamações de seus co-munícipes. Pôs mão à obra. Determinou completa remodelação na Praça Daniel Sarmento, no Largo da Estação, o abaulamento das ruas, cuidou do ensino principalmente. Foi até Belo Horizonte e lá obteve do Governo Estadual a promessa, que poucos dias depois se tornava realidade, da construção do novo prédio para o Grupo Escolar Cel. José Brás, empréstimo para calçamento das ruas centrais da cidade, construção de três pontes de cimento armado e muitas outras realizações.
Necessitava, para a construção do novo prédio do grupo, da remoção do Cruzeiro, que ali se levantava, que deveria ser removido para outro local. Havia, no entanto, na época, uma lenda: quem arrancasse ou mandasse arrancar, dali o cruzeiro morreria repentinamente. Homem de profunda formação religiosa, não temeu as ameaças. Mandou se procedesse à remoção.
Entretanto, às 14 horas do dia 1 º de Maio de 1928 - Dia do Trabalho - falecia repentinamente o Coronel José Mendes. Morria um homem do trabalho.
Dez dias depois, cumprido o que ele determinara era removido o cruzeiro para o local, que ainda hoje ocupa, entre o Hospital e a Igreja do Rosário.
O nome do Coronel José Mendes não poderia ficar no esquecimento. A posteridade reverenciar-se-ia ante seu túmulo.
Pelo seu projeto deveria denominar-se "Rua Coronel José Mendes" o logradouro público da cidade que parte da ponte sobre o córrego que a atravessa, sobe o morro de Santa Rita e vai até a Rua Vila do Carmo. E pouco depois, pela Resolução n º 7, de 15 de junho de 1948, dava-se a denominação pedida àquela rua.
Em verdade, nada mais justo havia. O papel que o Cel. José Mendes houvera representado na vida pública sãojoanense, não poderia ser esquecido. Vínhamos de lutas de campanhas que molharam o chão do município de sangue, de luto, de ódios. Havia de ressurgir a paz desejada para o bem da coletividade e para o progresso do município.
Um homem havia capaz de tanto. Era um português, nascido em Treixo, na freguesia de Alvorge, comarca de Ancião, província de Beira Alta. Nascera em 24 de abril de 1871 e aos 27 anos tinha a mente carregada de sonhos, de aspirações, de projetos. E o Brasil era o El-Dourado. Chegou. Viu e gostou. Homem do trabalho, arregaçou as mangas e se pôs na luta. Foi ser empregado da Leopoldina, em Furtado de Campos. Depois, em Rochedo. Mas, isso, na época, não era trabalho para quem tinha tanta disposição para a luta. Não, positivamente não era esse o seu sonho. Montou, então, uma pequena casa comercial na vila, que começava a florescer. A casa cresceu. Os negócios prosperaram. Em pouco tempo já era o Cel. José Mendes o grande comprador de café que se associava a poderosas firmas para o comércio da rubiácea. Granjeara a simpatia popular. Impuzera-se perante todos pelo seu espírito comunicativo, bolsa sempre aberta aos pobres, aos necessitados, para os amigos. Quando se abriam as portas de sua residência, em Rochedo, ou as da Fazenda da Lage, para as recepções, era dia de festa. Havia sido "melhorado o rancho", como ele mesmo afirmava.
Rua Cel. José Mendes
E, esse homem, de uma tenacidade a toda prova, de moral elevada, soube se impor a todo o povo sãojoanense. Seu nome surgiu, então, como uma bandeira de pacificação nestas terras.
Eleito vereador especial pelo distrito de Rochedo, em 17 de maio de 1927, era guindado ao cargo de Presidente da Câmara e Agente Executivo do município, em eleição em que conseguiu toda a votação da oposição, que à época se mostrava tenazmente contrária à política dominante no município, mas que não regateava aplausos à figura de Cel. José Mendes.
Aceitou ele o cargo com um fito: trabalhar. Dias após à posse, punha-se em campo, percorrendo todo o município, sentindo as faltas e atendendo às reclamações de seus co-munícipes. Pôs mão à obra. Determinou completa remodelação na Praça Daniel Sarmento, no Largo da Estação, o abaulamento das ruas, cuidou do ensino principalmente. Foi até Belo Horizonte e lá obteve do Governo Estadual a promessa, que poucos dias depois se tornava realidade, da construção do novo prédio para o Grupo Escolar Cel. José Brás, empréstimo para calçamento das ruas centrais da cidade, construção de três pontes de cimento armado e muitas outras realizações.
Necessitava, para a construção do novo prédio do grupo, da remoção do Cruzeiro, que ali se levantava, que deveria ser removido para outro local. Havia, no entanto, na época, uma lenda: quem arrancasse ou mandasse arrancar, dali o cruzeiro morreria repentinamente. Homem de profunda formação religiosa, não temeu as ameaças. Mandou se procedesse à remoção.
Entretanto, às 14 horas do dia 1 º de Maio de 1928 - Dia do Trabalho - falecia repentinamente o Coronel José Mendes. Morria um homem do trabalho.
Dez dias depois, cumprido o que ele determinara era removido o cruzeiro para o local, que ainda hoje ocupa, entre o Hospital e a Igreja do Rosário.
O nome do Coronel José Mendes não poderia ficar no esquecimento. A posteridade reverenciar-se-ia ante seu túmulo.
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