SÃO JOÃO NEPOMUCENO - JAN NEPOMUCKY

134 ANOS OU 173 ANOS?



Por José Carlos Barroso

Desde que começamos a estudar profundamente a historia de nosso Município muito nos intrigou as controvérsias de datas, até que levado pelas explicações e estudos do historiador e professor Cláudio Heleno Machado, resolvemos suscitar questões, sabedores de que qualquer atitude poderia estar revolucionando uma historia contada há tempos nos bancos escolares.

Foi como Superintendente da Fundação Cultural São João Nepomuceno, e no ano de 2003, que escrevendo a história do Município, seus grandes vultos, e suas instituições através dos tempos, além de algumas curiosidades, com as quais nos deparamos ao longo de nosso trabalho, é que propusemos uma reconstrução, um resgate mesmo, dos fatos históricos esperando que nossas autoridades aceitassem nossas posições e ponderações em torno da questão e se unissem e comungassem conosco desse esforço.

Infelizmente assim não entenderam, e todo o nosso esforço, foi interrompido, até que somente agora no ano de 2010, que a Fundação Cultural, acatando os nossos estudos e, ainda do historiador André Cabral, aquela proposição revolucionaria da história foi levada até nossa Câmara de Vereadores, quando então vimos coroada nossa proposição, isto em 29 de abril de 2010.

Não passam elas de simples afirmações evasivas e desconexas, são todas oriundas de profunda pesquisa e estudo além de serem embasadas no relato e conhecimento de grandes nomes e de importantes historiadores, como o Cônego Raimundo Trindade, Celso Falabella de Figueiredo Castro, Dr. José de Castro Azevedo, Dr. Paulo Roberto Medina, Padre Dr. José Vicente César, Professor Cláudio Heleno Machado, Professor Antonio Henrique Duarte Lacerda do Arquivo Público de Juiz de Fora, e agora André Cabral, dentre outros, todos amparados por rica bibliografia oriunda de arquivos, jornais e livros.

O importante é que não esmorecemos e, sempre esperamos, que nossas autoridades permanecessem solidárias à nossa proposta e pudessem endossá-las unindo esforços na tentativa de reconstrução e recuperação da história de nossa São João Nepomuceno

Para que nossos jovens, e crianças em particular pudessem ter em mãos um compêndio contendo um pouco de nossa história, para suas pesquisas, e conhecimento, e que nossos professores deste trabalho se utilizassem para seus estudos e informações profissionais, apresentamos no ano de 2003 no Jornal O SUL DA MATA, a primeira edição dessa historia tão rica.


E foi com este mesmo pensamento que abraçamos a ideia e que só agora entregamos a todos por este blog São João Nepomuceno (JAM NEPOMUCKY como o fruto de uma união de pensamentos e esforços.

domingo, 21 de novembro de 2010

MEMÓRIAS DE NOSSAS PRAÇAS: A Praça 13 DE MAIO E DR. CARLOS ALVES


Quando em 7 de janeiro de 1883 se instalava o município de São João Nepomuceno, muitas das vias públicas que rasgavam a cidade, já tinham denominação oficial. Eram assim as Ruas Coronel José Dutra, a Duque de Caxias, a de Nazareth, a Visconde do Rio Branco e muitas outras.
A pracinha onde se ergue o antigo edifício do Fórum e onde é hoje o Ginásio Dr. Augusto Glória, era conhecida como Largo Municipal e aquela em que se levanta o Grupo Escolar Cel. José Brás denominava-se Largo do Rosário.
Em uma das reuniões da Câmara Municipal, justamente a que se realizava em 12 de junho de 1889, alguns meses, portanto, antes da Proclamação da República, o vereador Dr. Henrique Vaz propôs e obteve a aprovação de seus pares, que, ao primeiro daqueles logradouros públicos, se desse o nome de Praça da Inconfidência e, ao segundo deles, o de Praça 13 de Maio.
Eram homenagens a dois momentos históricos da vida política nacional. De um lado reverenciava-se o movimento que fora o pródomo de nossa libertação e o segundo – a assinatura da Lei Áurea.
Um fato, no entanto, ocorreu e que alteraria por completo a estrutura da vida municipal. Desaparecida em 6 de fevereiro de 1896, em Barbacena, o Dr. Carlos Ferreira Alves, senador estadual, de quem o consagrado missionário Pe. Júlio Maria se referia com estas palavras.
"O mesmo Deus, que diz no Evangelho não haver maior prova de amor, que darmos por outrem a nossa vida, não contemplou sem compaixão, é certo, o médico sublime, que sacrificou a uma cidade sua mulher, seus filhos, sua própria vida", e que fora, como o é até hoje, a maior figura do cenário político são-joanense. Seu nome, na agitação da vida moderna, de quando em quando cai no olvido. Mas, quando se o retrata, ressurge, exuberante, em toda a sua grandeza, para se mostrar à posteridade, com todas as suas dimensões.
Entre as inúmeras provas de respeito e de saudade tributadas à sua memória, destaca-se a da colocação de seu nome em uma de nossa vias públicas.
Foi por isso que, em 1896 mesmo, se dava à então Praça da Inconfidência o nome de Praça Doutor Carlos Alves.
A sua irmã gêmea – a 13 de Maio – vivia uma vida diferente. O tempo, que tudo destroi, também fazia desaparecer a Igreja do Rosário, o velho Cruzeiro o antigo Cemitério, que ali havia. Algumas casas, casinhas pobres, davam-lhe ainda sinal de vida. Enquanto lá nas grimpas da Matriz voltavam-se os olhos para as cousas do alto, cá em baixo, na 13 de Maio, as cousas terrenas mereciam maior atenção.
Eis senão quando, em 7 de setembro de 1926, assoma o Governo do Estado o Presidente Antônio Carlos Ribeiro de Andrada, nome que dividia a opinião pública local. Em mal pensado momento, um grupo de são-joanenses julgou dever mudar, "ad-referendum"do poder político, o nome da Praça 13 de Maio para "Praça dos Andradas". O fato, o mais lamentável da vida pública municipal, que deixaria o nome da cidade gravado na história de Minas, se escreveu com letras de sangue. Vidas preciosas se perderam, fato que se deveu à falta de serenidade dos homens públicos de nossa terra, que se deixaram levar pelos impulsos momentâneos, pelo desvario das multidões. Foi o marco, em última analise, mais doloroso da vida de São João Nepomuceno. Mas de pé, permaneceu o nome de Praça 13 de Maio.
Um fato curioso e até mesmo extravagante ocorria na toponímia em São João. Enquanto a Praça 13 de Maio se erguia majestosamente o busto de Cel. José Brás de Mendonça, na Praça Cel. José Brás se levantava imponente a herma de Carlos Alves; por seu turno, a Praça Carlos Alves estava de busto desnuda...
Nós mesmo, através as colunas de "Voz de São João", teríamos críticas ao fato e chamávamos a atenção dos ilustres vereadores à Câmara Municipal, mostrando as dificuldades e a confusão que gerava no espírito da nossa gente com aquela anomalia.
Atendendo aos nossos reclamos, o vereador Dario de Castro Medina apresentou à Câmara Municipal um projeto, que se transformou na lei n. 117, de 14 de fevereiro de 1953, harmonizando a situação. Assim, a antiga Praça Dr. Carlos Alves passou a se chamar 13 de Maio, aquela em que se ergue a figura em bronze de Cel. José Brás recebeu o seu próprio nome; e aquela que trazia o nome do antigo político são-joanense, mas, que tem a embeleza-la o trabalho do consagrado professor Correia Lima, teve o nome de Praça Dr. Carlos Alves.

Autor do texto:Dr.José de Castro Azevedofoto


1 : Praça 13 de Maio - acervo Eduardo Ayupefoto

2 : Praça Dr. Carlos Alves - acervo José Carlos Barroso

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