"Há na força do passado a alegria e o consolo das ressurreições”
(Texto de autoria do Dr. José de Castro Azevedo, lido em 1964, nos microfones da ZYV-39, Rádio Difusora e publicado em VOZ DE SÃO JOÃO).Crédito: A foto ao lado é do Site www.sjonline.com.br
No princípio deste século, no local em que se levantou o prédio da Escola Normal, abriam-se os braços de uma Cruz, a derramar suas benções sobre a cidade que crescia.
Os planos que vinham sendo traçados para a construção do edifício, obrigaram sua derrubada. Atiraram-na a um canto e ali a deixaram. Um jovem dotado de espírito profundamente cristão, via-a assim. Veio-lhe ao espírito fase de sua infância, quando a epidemia quase o levara ao túmulo, e dela se salvara graças às orações maternas. Prometia um dia reerguê-la. Com o tempo alicerçaram-se suas convicções religiosas. E foi assim que, mais tarde, auxiliado por sua irmã Sarah, saía às ruas da cidade a pedir um óbulo pra a igrejinha que iria construir, no alto de uma de nossas colinas, em louvor a Santo Antônio e que teria ao lado um cruzeiro. Realmente, na segunda década deste século , erguia-se a ermida que todos chamavam de Igrejinha do André Gotti. Ele mesmo a construíra com os conhecimentos que tinha da arte.
Homem dotado de uma fibra inquebrantável, sempre levou a termo todos os empreendimentos que lhe eram cometidos. Funcionário da Câmara Municipal, André Gotti impôs seu nome à posteridade chefiando a construção da estrada que liga São João a Rio Novo, obra concluída em 1922. A concretização deste empreendimento valeu-lhe não só aplausos populares, mas também as mais encomiásticas referências da imprensa carioca. O Instituto Técnico Industrial do Rio de Janeiro, pela realização desta obra, espontaneamente, aclamou-o membro daquela sociedade e lhe conferiu o diploma de 1ª classe, de acordo com o parecer da Diretoria de Estradas pela “excelente obra de engenharia” realizada. Vai mais além o Instituto. Exige dele a fotografia para estampá-la na primeira página de sua revista.
André Gotti, no entanto, vivia humildemente, metido no seu terno de brim cáqui, indiferente aos aplausos. Nada de exaltação. Nada de vanglória.
Chefe do Serviço de Obra, vivia pelas estradas a remendá-las, a reconstruí-las, a pô-las em condições de permitir a passagem de veículos e pessoas.
Na cidade era “pau pra toda obra’, falando menos e fazendo mais. Aliado à Congregação das Filhas de Maria, executou a bela gruta de Nossa Senhora de Lourdes, em nossa Igreja Matriz, cópia fiel dos arredores da Capela de Lourdes, nos Pirineus, em território francês. Para aquela obra de arte teve a colaboração do pincel mágico de George Heughebaert, como de novo o viria ter, quando da construção da Capela de Nossa Senhora Aparecida”.
Aliado àquele artista, viria também em 1926, construir o majestoso “Arco de Triunfo”, quando da recepção ao Presidente Antônio Carlos, em visita à nossa cidade.A prefeitura de Rio Pomba, conhecedora de seu gosto artístico, de sua arte, de seu “savoir faire”, veio buscá-lo para a construção de um obelisco e um jardim, que ainda hoje ornamentam aquela próspera cidade.
E aquele velho funcionário, que viera de Rovigo, na Itália, com apenas oito anos de idade, se integrava, dia a dia, na comunidade são-joanense. Naturalizara-se brasileiro e trabalhou muito mais por esta terra do que muitos que tinha dever de fazê-lo.As pontes existem a mancheias para atestar sua atividade. Uma delas na rua que viria ter o seu nome, veio chamar, “Ponte André Gotti, numa homenagem em vida a um funiconário-dínamo, que não via horas de serviço, nem aguardava horário de expediente para o trabalho.
Faleceu André em 15 de maio de 1943 e era dado à sepultura no ‘Dia do Município”, justamente no dia daquele município que ele tanto amara e para o qual tanto trabalhara.Como honra ao mérito, ao ensejo de sua passagem pela Prefeitura Municipal, o Dr. Francisco Zágari baixou o decreto-lei nº 80, em 29 de setembro de 1946, dando o nome de André Gotti à via pública que liga a Rua Comendador José Soares à Guarda Mor Furtado.
Os planos que vinham sendo traçados para a construção do edifício, obrigaram sua derrubada. Atiraram-na a um canto e ali a deixaram. Um jovem dotado de espírito profundamente cristão, via-a assim. Veio-lhe ao espírito fase de sua infância, quando a epidemia quase o levara ao túmulo, e dela se salvara graças às orações maternas. Prometia um dia reerguê-la. Com o tempo alicerçaram-se suas convicções religiosas. E foi assim que, mais tarde, auxiliado por sua irmã Sarah, saía às ruas da cidade a pedir um óbulo pra a igrejinha que iria construir, no alto de uma de nossas colinas, em louvor a Santo Antônio e que teria ao lado um cruzeiro. Realmente, na segunda década deste século , erguia-se a ermida que todos chamavam de Igrejinha do André Gotti. Ele mesmo a construíra com os conhecimentos que tinha da arte.
Homem dotado de uma fibra inquebrantável, sempre levou a termo todos os empreendimentos que lhe eram cometidos. Funcionário da Câmara Municipal, André Gotti impôs seu nome à posteridade chefiando a construção da estrada que liga São João a Rio Novo, obra concluída em 1922. A concretização deste empreendimento valeu-lhe não só aplausos populares, mas também as mais encomiásticas referências da imprensa carioca. O Instituto Técnico Industrial do Rio de Janeiro, pela realização desta obra, espontaneamente, aclamou-o membro daquela sociedade e lhe conferiu o diploma de 1ª classe, de acordo com o parecer da Diretoria de Estradas pela “excelente obra de engenharia” realizada. Vai mais além o Instituto. Exige dele a fotografia para estampá-la na primeira página de sua revista.
André Gotti, no entanto, vivia humildemente, metido no seu terno de brim cáqui, indiferente aos aplausos. Nada de exaltação. Nada de vanglória.
Chefe do Serviço de Obra, vivia pelas estradas a remendá-las, a reconstruí-las, a pô-las em condições de permitir a passagem de veículos e pessoas.
Na cidade era “pau pra toda obra’, falando menos e fazendo mais. Aliado à Congregação das Filhas de Maria, executou a bela gruta de Nossa Senhora de Lourdes, em nossa Igreja Matriz, cópia fiel dos arredores da Capela de Lourdes, nos Pirineus, em território francês. Para aquela obra de arte teve a colaboração do pincel mágico de George Heughebaert, como de novo o viria ter, quando da construção da Capela de Nossa Senhora Aparecida”.
Aliado àquele artista, viria também em 1926, construir o majestoso “Arco de Triunfo”, quando da recepção ao Presidente Antônio Carlos, em visita à nossa cidade.A prefeitura de Rio Pomba, conhecedora de seu gosto artístico, de sua arte, de seu “savoir faire”, veio buscá-lo para a construção de um obelisco e um jardim, que ainda hoje ornamentam aquela próspera cidade.
E aquele velho funcionário, que viera de Rovigo, na Itália, com apenas oito anos de idade, se integrava, dia a dia, na comunidade são-joanense. Naturalizara-se brasileiro e trabalhou muito mais por esta terra do que muitos que tinha dever de fazê-lo.As pontes existem a mancheias para atestar sua atividade. Uma delas na rua que viria ter o seu nome, veio chamar, “Ponte André Gotti, numa homenagem em vida a um funiconário-dínamo, que não via horas de serviço, nem aguardava horário de expediente para o trabalho.
Faleceu André em 15 de maio de 1943 e era dado à sepultura no ‘Dia do Município”, justamente no dia daquele município que ele tanto amara e para o qual tanto trabalhara.Como honra ao mérito, ao ensejo de sua passagem pela Prefeitura Municipal, o Dr. Francisco Zágari baixou o decreto-lei nº 80, em 29 de setembro de 1946, dando o nome de André Gotti à via pública que liga a Rua Comendador José Soares à Guarda Mor Furtado.
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