Natural de Palma, Minas Gerais, nascido em 05 de março de 1918. Filho do Desembargador Ananias Varella de Azevedo e de D. Maria José de Castro Azevedo. Fez seus estudos primários no Grupo Escolar "Cel. José Brás" e iniciou o secundário no Ginásio Municipal, ambos de São João Nepomuceno. Prossegui-os no Ginásio São José e os concluiu no Ginásio Mineiro "Raul Soares", de Ubá.
Fez o curso complementar na Faculdade de Medicina da Universidade de Minas Gerais. Diplomou-se, em 08 de dezembro de 1942, em Odontologia, pela Escola de Farmácia e Odontologia de Juiz de Fora, quando foi o orador oficial da turma. Representou dita Escola do V Congresso Nacional dos Estudantes (UNE), em 1942, quando advogou a necessidade da reforma do curso odontológico, o que, mais tarde, se tornou realidade. Exerceu a Odontologia por 10 (dez) anos.
Cursou o NPOR, do R.I., de Juiz de Fora, sendo declarado Aspirante a Oficial do Exército em 25 de agosto de 1944, estagiando no III/ 12 R.I., sendo promovido a 2 º Tenente R/ 2 em 19 de janeiro de 1948. Nessa qualidade, foi diretor do Tiro de Guerra 151, de São João Nepomuceno, do qual é sócio benemérito.
Em 24 de dezembro de 1946, consorciou-se com a doutora Alcéa Cardoso de Azevedo, também diplomada pela Escola de Farmácia e Odontologia de Juiz de Fora, havendo desse enlace os seguintes filhos:
D. Ana Maria Cardoso de Azevedo Vitoi, professora, casada com o sr. Emílio Luiz Sachetto Vitoi, com duas filhas: Maria Emília e Maria José e três netos: Mariana, Ana Carolina e Thiago
Dr. Luiz Otávio Cardoso de Azevedo, engenheiro, casado com a professora Maria Sirlei de Freitas Cardoso de Azevedo, com três filhos: Luiz Otávio, Maria Cristina e Maria Cláudia;
Dr. Luiz Carlos Cardoso de Azevedo, engenheiro, casado com a professora Maria do Socorro Coimbra Cardoso de Azevedo, com quatro filhos: Carla, Cinthia, Luiz Carlos e Cássia. Um neto: João Pedro;
Dr. Luiz Renato Cardoso de Azevedo, engenheiro, casado com a professora Miriam Henriques de Azevedo, com três filhas: Renata, Roberta e Raquel;
Dra. Ana Luiza Cardoso de Azevedo Sousa, cirurgiã-dentista, casada com o Dr. Valério de Oliveira Resende Sousa, com dois filhos: Ana Cristina e José Eduardo.
Em 1952, bacharelou-se pela então Escola de Direito de Juiz de Fora. Advogou, durante 6 (seis) anos, em São João Nepomuceno e Comarca vizinhas.
Após concurso, foi nomeado Juiz de Direito Secional da 4 ª Zona Judiciária do Estado de Minas Gerais, com exercício nas Comarcas de Caratinga, Muriaé, São João Nepomuceno, Mar de Espanha, Guaranhães e Mesquita.
Em 1960, foi nomeado Juiz de Direito de Guarará, onde permaneceu 13 anos. Às vésperas de sua promoção, para que não fosse extinta a Comarca de Guarará, permutou com o Juiz de Direito de Tombos, onde esteve por quatro dias em exercício. Em 26 de dezembro de 1973, foi promovido a Juiz de Direito de Santos Dumont, sendo removido, por permuta, em 13 de fevereiro de 1974, para São João Nepomuceno. Em março de 1979, foi promovido por merecimento para a 1 ª Vara de Família da Comarca de Juiz de Fora.
Foi professor da Escola Normal D. Prudenciana, do Ginásio e da Escola Técnica de Comércio de São João Nepomuceno, e ainda nesses Colégios o Diretor da Escola Remington, esta de datilografia, do Ginásio Dr. Augusto Glória (CNEC), todos desta cidade, Ginásio Nossa Senhora Aparecida, da Congregação das Filhas do Coração Imaculado de Maria, de Bicas, e do Ginásio Castro Alves (CNEC), de Guarará.
Foi professor registrado para o 1 º e 2º ciclos, no Ministério da Educação e Cultura (Diretorias do Ensino Secundário e Comercial) e na Secretaria do Estado da Educação de Minas Gerais (Departamento de Ensino Secundário e Superior).
Foi provedor da Associação de Caridade de São João Nepomuceno, mantenedora do Hospital São João, durante 8 anos, realizando ampla e radical reforma no serviço hospitalar e construindo o Pavilhão São Camilo de Lélis. Foi sócio benemérito da mesma instituição.
Exerceu o cargo de Chefe de Secretaria da Câmara Municipal de São João Nepomuceno e Consultor Jurídico da mesma.
Redator-chefe, durante nove anos e meio, do jornal "Voz de São João", da cidade de São João Nepomuceno.
Em 16 de maio de 1965, recebeu o título de Cidadão São-joanense, pelos serviços prestados ao município.
Em 27 de abril de 1974, recebeu o título de cidadão guararense, pelos serviços prestados ao município e à comarca, único, até então, concedido por aquela edilidade. Em 09 de dezembro de 1983, recebeu o título de cidadão juiz-forano pelos serviços prestados à comunidade.
Em 26 de dezembro de 1964, recebeu a medalha "Personalidade do Ano", promoção do cronista social RALPH.
Em 04 de setembro de 1981, recebeu o título de "Comendador da Ordem dos Bandeirantes" em homenagem e público reconhecimento de seus relevantes serviços prestados à sua Comunidade no campo das "Atividades Judiciárias". Em junho de 1964, ao lado de sua esposa, assumiu a Coordenação do Movimento Familiar Cristão, em São João Nepomuceno, Arquidiocese de Juiz de Fora, cargo em que permaneceram até 1967.
Integrou a equipe de Dirigentes de Cursilhos de Cristandade da Arquidiocese de Juiz de Fora. Fez parte do II Ciclo de Estudos da Associação de Diplomados da Escola Superior de Guerra. Possuía o diploma de "Sócio Benemérito da Polícia Militar de Minas Gerais". Foi sócio-fundador do Lions Clube de São João Nepomuceno, onde ocupou cargos de destaque no Gabinete do Governador, em três anos leonísticos, possuindo cerca de 40 medalhas.
Foi membro do Instituto Histórico e Geográfico de Juiz de Fora. Foi membro da Associação Brasileira de Magistrados. Foi membro da Academia Municipalista de Minas Gerais, como representante de São João Nepomuceno. Faleceu em 04 de março de 1985.
Trabalhos publicados:
São João Nepomuceno em 1942 – Revista em colaboração com o Dr. Geraldo Henriques Cruz.
Discurso de Paraninfo – Oração paraninfal pronunciada para os formandos da Escola Técnica de Contabilidade, em 1954.
Fazendo História... Excertos para o estudo da vida da Comarca de São João Nepomuceno – 1955 – Opúsculo.
Dia do Município – oração pronunciada perante a Câmara Municipal de São João Nepomuceno, quando lhe concedeu título honorífico.
Mensagem aos Moços – Discurso, na qualidade de paraninfo dos formandos de 1965, do Ginásio Dr. Augusto Glória.
Dr. Augusto Glória Ferreira Alves – oração pronunciada na inauguração do busto daquele homem público, em 16/05/1969.
Senhor, fazei de mim um instrumento de vossa paz, discurso pronunciado em 27 de abril de 1974, ao receber o título de cidadão guararense.
Boa Noite, Amor..., Discurso de despedida da comarca de São João Nepomuceno.
Por que? , discurso proferido em 09 de dezembro de 1983, perante a Câmara Municipal de Juiz de Fora, em agradecimento pelo título de cidadania recebido.Série de artigos publicados:
A História de Minha Rua... Setenta e um artigos, estudando a vida dos patronos e contando a história de cada rua são-joanense.
No Outeiro da Gratidão – Série de sessenta artigos, em comemoração ao cinqüentenário da Escola Normal D. Prudenciana. (Compilação do Doutor Inocente Soares Leão, com adaptação.)
NOTA:
José Carlos Barroso 31.08.1985
Recolho as palavras.
Aqui estou diante do Senhor.
Aqui estou em mais um encontro.
Recolho os pensamentos numa incontida vontade de reascender muitos.
Recolho os amigos, na premeditação de um momento de gratidão.
Descortino a vida, rasgando o passado.
Rasgo o caminho, vou em frente e num ímpeto de destruição, deparo com um amigo.
São pensamentos fortes; fazem brotar uma vida.
Ali, bem diante de mim, uma figura austera, simples, inteligente, de valor impar.
Num abraço incontido sinto-o imóvel, ausente.
Passo agora ao incontrolável da minha tristeza. Fico em meio as minhas interrogações.
Por que está ausente o amigo juiz?
Por que se foi o José?
O silêncio chega rápido, como quisesse ele acompanhar a incompreensão.
A vida atravessa o universo, como um vento sem regresso.
Há, portanto uma explicação para os acontecimentos já completados e incompreendidos.
Deus está aqui.
É o Pai, que chama pelo filho.
Meus olhos desmaiam.
É como a luz do sol, que ao desaparecer deixa, como prenúncio de bela noite, a paisagem mais linda.
Eu agradeço.
Obrigado meu Deus e Senhor, por ter podido conhecer Suas belezas, Suas criações.
Obrigado por ter conhecido o Seu filho JOSÉ.
JOSÉ, Senhor, é aquele que admiramos um dia por tudo, mas muito mais por vê-lo amar seus filhos, como o meu pai querido.
Ficam nossas orações, repetidamente.
Pai nosso, que no Céu está.
Abraça o filho JOSÉ da alegria.
Um juiz da oração.