SÃO JOÃO NEPOMUCENO - JAN NEPOMUCKY
Por José Carlos Barroso
Desde que começamos a estudar profundamente a historia de nosso Município muito nos intrigou as controvérsias de datas, até que levado pelas explicações e estudos do historiador e professor Cláudio Heleno Machado, resolvemos suscitar questões, sabedores de que qualquer atitude poderia estar revolucionando uma historia contada há tempos nos bancos escolares.
Infelizmente assim não entenderam, e todo o nosso esforço, foi interrompido, até que somente agora no ano de 2010, que a Fundação Cultural, acatando os nossos estudos e, ainda do historiador André Cabral, aquela proposição revolucionaria da história foi levada até nossa Câmara de Vereadores, quando então vimos coroada nossa proposição, isto em 29 de abril de 2010.
Não passam elas de simples afirmações evasivas e desconexas, são todas oriundas de profunda pesquisa e estudo além de serem embasadas no relato e conhecimento de grandes nomes e de importantes historiadores, como o Cônego Raimundo Trindade, Celso Falabella de Figueiredo Castro, Dr. José de Castro Azevedo, Dr. Paulo Roberto Medina, Padre Dr. José Vicente César, Professor Cláudio Heleno Machado, Professor Antonio Henrique Duarte Lacerda do Arquivo Público de Juiz de Fora, e agora André Cabral, dentre outros, todos amparados por rica bibliografia oriunda de arquivos, jornais e livros.
O importante é que não esmorecemos e, sempre esperamos, que nossas autoridades permanecessem solidárias à nossa proposta e pudessem endossá-las unindo esforços na tentativa de reconstrução e recuperação da história de nossa São João Nepomuceno
Para que nossos jovens, e crianças em particular pudessem ter em mãos um compêndio contendo um pouco de nossa história, para suas pesquisas, e conhecimento, e que nossos professores deste trabalho se utilizassem para seus estudos e informações profissionais, apresentamos no ano de 2003 no Jornal O SUL DA MATA, a primeira edição dessa historia tão rica.
E foi com este mesmo pensamento que abraçamos a ideia e que só agora entregamos a todos por este blog São João Nepomuceno (JAM NEPOMUCKY como o fruto de uma união de pensamentos e esforços.
sábado, 24 de dezembro de 2011
COINCIDÊNCIA QUE CAIU DO CÉU
sexta-feira, 4 de novembro de 2011
HISTÓRIA DE MINHA RUA >RUA DR. FORTES BUSTAMANTE
HISTÓRIA DE MINHA RUA > RUA CORONEL JOSÉ DUTRA
HISTORIA DE MINHA RUA > TRAVESSA PADRE CONDÉ
segunda-feira, 17 de outubro de 2011
DR. NAGIB CAMILO AYUPE
sábado, 6 de agosto de 2011
HISTÓRIA DE NOSSAS RUAS > RUA DOS ESTUDANTES
Moços cheios do mais sadio entusiasmo alegravam as ruas de nossa São João com a sua alacridade, com as suas troças, a sua “verve”, a graça e o espírito.
Habituara-se nossa gente a ouvi-los e a os aplaudir, incentivando-os em todas as manifestações do intelectualismo moço.
Um dos mais interessantes papéis executados por eles, sem dúvida, foi o de estreitar os laços de amizade entre as classes estudantinas locais e das cidades circunvizinhas. Um verdadeiro intercâmbio estabeleceram, divulgando lá fora o nome da cidade de São João Nepomuceno, vale dizer, de nosso município. Aqui foram por eles trazidas luzidas embaixadas de Viçosa, Juiz de Fora, Bicas, Rio Novo, Guarani, Ubá, Rio Branco e outras mais como também, em retribuição às mesmas cidades, levaram a “voz febril da mocidade” são-joanense.
Dito intercâmbio teve início em 1938 quando, para a passagem do “Dia do Estudante”, o 11 de Agosto, se programou a visita dos estudantes do Ginásio de Viçosa. Pelo vulto do acontecimento, jamais presenciado nesta terra – a cidade se “revolucionou”. Era o assunto obrigatório de todas as “rodas”, desde as mais sisudas delas à mais humilde. Noutra cousa não me falava naqueles dias. Emprestávamos, à época, o nosso concurso à Escola Normal D. Prudenciana e devido ao fato de sermos moços, também, entregamo-nos de corpo e alma à festividade. E na noite de 10 de agosto, à frente de um pugilo de jovens, dirigimo-nos à residência do Prefeito de então – o Farmacêutico Agenor Henriques Soares, que já se havia contagiado com o entusiasmo da classe estudantina, e em rápida oração, solicitamos-lhe que desse o nome de Estudantes a uma de nossas ruas e fosse além – decretasse feriado municipal o Dia 11 de Agosto. Reuniu se o Chefe do Executivo Municipal, por alguns instantes, no interior de seu lar, com os seus assessores, para, minutos após, vir trazer a notícia de que mandara lavrar os dois atos, atendendo, assim, ao apelo da classe moça.
E no dia seguinte, 11 de agosto de 1938, numa tocante solenidade, inaugurava-se uma tosca placa de madeira na “via pública que liga a rua Capitão Ferreira Campos à frente do Ginásio São João Nepomuceno”, com os dizeres Rua dos Estudantes*. A voz sempre reclamada daquele que era considerado “o maior amigo dos Estudantes são-joanenses”, o sempre saudoso professor doutor Francisco Zágari, se fez ouvir. Falava ele em nome do Prefeito Agenor Henriques Soares para testemunhar aos moços são-joanenses o apreço que lhes tinha o poder público municipal e o reconhecimento pelo trabalho que vinham realizando em prol do nome do município. Agradecendo pela mocidade são-joanense, falou o professor José de Castro Azevedo sobre o significado do ato que se realizava, da sua justeza e do reconhecimento de nossa juventude, que trabalhava para a divulgação do nome deste município, ajudando para que ele transpusesse fronteiras e ecoasse lá fora.
*Atualmente a “Rua dos Estudantes” chama-se “Rua Professor Gabriel Archanjo de Mendonça”.
"Há na força do passado a alegria e o consolo das ressurreições."
(Texto de autoria do Dr. José de Castro Azevedo, lido em 1964, nos microfones da ZYV-39).
sexta-feira, 25 de março de 2011
HISTÓRIA DE MINHA RUA > RUA PRESIDENTE GETÚLIO VARGAS
Os tempos passaram. Veio a época do Estado Novo. O golpe de 10 de Novembro de 1937, que derrubou a Constituição de 34, levou-nos ao Estado Totalitário. E isto, mesmo a contragosto de muitos, transformou a fisionomia da política nacional. Realmente, uma figura enchia o país de norte a sul: Getúlio Dornelles Vargas, o Chefe de Estado. E, quando em todos os recantos da Pátria se comemorava o primeiro aniversário da Constituição outorgada ao povo e o primeiro ano de vivência no novo regime, São João Nepomuceno aderiu às manifestações de apoio ao Presidente. E foi assim que, em 10 de novembro de 1938, em solenidade pública, o prefeito Agenor Henriques Soares assinava o decreto nº 23, que denominava Rua Presidente Getúlio Vargas àquela que tem início na Rua Coronel José Dutra e termina na Rua Governador Valadares. Minutos após a assinatura do ato eram solenemente, também, colocadas as novas placas naquele logradouro.
Com isso mutilava-se uma das mais antigas ruas de nossa Cidade: a Rua Comendador Francisco Ferreira, que se privava de mais de dois terços de seu cumprimento, reduzindo-se a uma pequena e inexpressiva rua.
No entanto, com a nova denominação homenageava-se aquele que, no dizer de sua própria filha, “foi um homem excepcional que, tendo vivido todas as angústias da adolescência de um povo, se conservou sempre jovem e morreu em plena juventude espiritual, deixando um exemplo insuperável dentro da História do Brasil.”
É bem cedo ainda para se julgar a figura de Vargas, que foi inquestionavelmente o homem mais discutido e menos entendido da História Pátria. Endeusado por uns, menosprezado por outros, bem difícil se torna ainda nos dias de hoje se opinar serenamente sobre o homem público. Somente a posteridade poderá disseca-lo e analisa-lo friamente, sem as paixões ou distorções que ainda agora conturbam a vida nacional.
Em verdade, virtudes ele teve. Grandes méritos, obras imperecíveis que são marcos indeléveis, que não desaparecerão jamais e que assinalam a sua longa passagem pela curul presidencial. Seus deméritos são apontados, no entanto, a todo passo, como causa primeira de todos os grandes males que afligem e convulsionam a pátria brasileira, ainda nos dias presentes, mais de dez anos depois de sua morte.
Tem-se dito que a vida de Getúlio Vargas foi feita de quedas e de ascensões. Para muitos sua vJá disséramos em outra oportunidade, que, entre as ruas que, nos fins do século passado (XIX), em nossa cidade, já tinham o seu nome, se destaca a Rua Comendador Francisco Ferreira. Nela – um prédio se destacava pelos serviços prestados à nossa infância: o Grupo Escolar Coronel José Brás, construído no primeiro decênio deste século (XX). Entretanto, em 1930, era inaugurado o novo prédio do Grupo, na hoje Praça Coronel José Braz. A Rua Comendador Francisco Ferreira passou, então, a ser chamada, popularmente, de Rua do Grupo Velho. Ninguém quase a chamava pelo seu legítimo nome. Todos a conheciam só por seu apelido.
Os tempos passaram. Veio a época do Estado Novo. O golpe de 10 de Novembro de 1937, que derrubou a Constituição de 34, levou-nos ao Estado Totalitário. E isto, mesmo a contragosto de muitos, transformou a fisionomia da política nacional. Realmente, uma figura enchia o país de norte a sul: Getúlio Dornelles Vargas, o Chefe de Estado. E, quando em todos os recantos da Pátria se comemorava o primeiro aniversário da Constituição outorgada ao povo e o primeiro ano de vivência no novo regime, São João Nepomuceno aderiu às manifestações de apoio ao Presidente. E foi assim que, em 10 de novembro de 1938, em solenidade pública, o prefeito Agenor Henriques Soares assinava o decreto nº 23, que denominava Rua Presidente Getúlio Vargas àquela que tem início na Rua Coronel José Dutra e termina na Rua Governador Valadares. Minutos após a assinatura do ato eram solenemente, também, colocadas as novas placas naquele logradouro.
Com isso mutilava-se uma das mais antigas ruas de nossa Cidade: a Rua Comendador Francisco Ferreira, que se privava de mais de dois terços de seu cumprimento, reduzindo-se a uma pequena e inexpressiva rua.
No entanto, com a nova denominação homenageava-se aquele que, no dizer de sua própria filha, “foi um homem excepcional que, tendo vivido todas as angústias da adolescência de um povo, se conservou sempre jovem e morreu em plena juventude espiritual, deixando um exemplo insuperável dentro da História do Brasil.”
É bem cedo ainda para se julgar a figura de Vargas, que foi inquestionavelmente o homem mais discutido e menos entendido da História Pátria. Endeusado por uns, menosprezado por outros, bem difícil se torna ainda nos dias de hoje se opinar serenamente sobre o homem público. Somente a posteridade poderá disseca-lo e analisa-lo friamente, sem as paixões ou distorções que ainda agora conturbam a vida nacional.
Em verdade, virtudes ele teve. Grandes méritos, obras imperecíveis que são marcos indeléveis, que não desaparecerão jamais e que assinalam a sua longa passagem pela curul presidencial. Seus deméritos são apontados, no entanto, a todo passo, como causa primeira de todos os grandes males que afligem e convulsionam a pátria brasileira, ainda nos dias presentes, mais de dez anos depois de sua morte.
Tem-se dito que a vida de Getúlio Vargas foi feita de quedas e de ascensões. Para muitos sua vida foi um mistério. Para nós, o mistério é sua morte.
“Serenamente dou o primeiro passo no caminho da eternidade e saio da vida para entrar na História” são suas últimas palavras na conhecida “Carta Testamento” que teria sido redigida num momento de conturbação de espírito e à qual se segue o gesto trágico do suicídio. Muitos anos deverão passar ainda para que se esclareça toda a verdade, quando deverá vir à luz a realidade dos fatos. Suicídio? Homicídio? Paira no ar, para se usar o lugar comum, a dolorosa interrogação.
"Há na força do passado a alegria e o consolo das ressurreições."
(Texto de autoria do Dr. José de Castro Azevedo, lido em 1964, nos microfones da ZYV-39).
terça-feira, 8 de fevereiro de 2011
HISTÓRIA DE MINHA RUA: RUA VISCONDE DO RIO BRANCO
Em verdade, naquela época, media ela mais ou menos duzentos e cinquenta metros de comprimento, mas, em 1938, o poder público houve por bem mutilá-la e lhe tirou cerca de dois terços de sua extensão, dando ao trecho seccionado o nome de Rua Governador Valadares.
Desejavam os nossos antigos administradores homenagear um dos maiores homens do Império – José Maria da Silva Paranhos, que, no princípio de sua vida política, era conhecido como o Conselheiro Paranhos, que, pelos serviços prestados à Coroa, recebeu o título de Visconde do Rio Branco, nome com que realmente passou à história.
O Visconde do Rio Branco, tão grande como seu filho e homônimo – Barão de Rio Branco, foi um dos mais notáveis estadistas do Império, e uma vez mais soubera honrar o nome de seu torrão natal, a Bahia, pela sua inteligência, cultura e patriotismo.
Rua Visconde do Rio Branco - também conhecida como morro do ginásio
Desempenhou as mais destacadas funções no governo imperial, iniciando-as como secretário da missão diplomática, chefiada pelo Marquês de Paraná, em 1851, no Rio da Prata, dali passando a Ministro-residente, no ano seguinte. Foi por várias vezes nomeado plenipotenciário e enviado extraordinário na República Argentina, Uruguai e Paraguai, tendo oportunidade, em 1865, de concluir o acordo com aqueles países e o de organizar o governo provisório no Paraguai, assinando, por fim, o tratado preliminar de paz com aquelas nações.
Esteve ele no Rio da Prata, quando foi surpreendido com a ordem que dava por finda sua missão no exterior, voltando, então ao Brasil e pronunciando célebre discurso em 5 de junho de 1865, que durou oito horas.
Desempenhou o Visconde do Rio Branco as funções de Ministro da Marinha, Ministro dos Estrangeiros, Ministro da Guerra. Foi presidente da Província do Rio de Janeiro, deputado por ela e pelo chamado “Município Neutro” (na República, Distrito Federal), bem como por Sergipe e ainda, Senador.
Teve o Visconde do Rio Branco atuação destacadíssima no Segundo Império, tanto assim que fez parte do décimo-sexto Gabinete Ministerial e do vigésimo-quinto Gabinete, na qualidade de seu Presidente. Foi ele quem promulgou a lei que concedia liberdade aos filhos dos escravos, que nascessem a partir de então; lei essa mais conhecida como a do “Ventre Livre”.
Convém que se ressalte que o Visconde do Rio Branco pertencia ao Partido Conservador e que conseguiu presidir o mais longo Ministério de toda a Monarquia, pois formado em 1871, prolongou-se até 1876.
Merece ser destacado, na personalidade, na personalidade do Visconde de Rio Branco, o fato de ser ele abolicionista e esse seu ideal extravasou nossas fronteiras, indo refletir em outras nações. Estava ele em Assunção, no Paraguai, tendo organizado um governo provisório, quando da guerra contra aquele país, tendo que – um de seus principais atos foi declarar livres todos os escravos Paraguaios.
Parece-nos, salvo engano de nossa parte, que à época de tua permanência na Chefia do Gabinete, em São João Nepomuceno predominava o Partido Conservador, donde lhe devotar o nosso povo especial estima e grande admiração. Vem daí, possivelmente, a ligação de seu nome a uma de nossas principais artérias, à época, como testemunho do são-joanense ao grande estadista, que tão assinalados serviços prestara à Pátria.
** Atualmente o prédio abriga uma empresa do ramo de confecções.
"Há na força do passado a alegria e o consolo das ressurreições."
(Texto de autoria do Dr. José de Castro Azevedo, lido em 1964, nos microfones da ZYV-39)