Por Ubi Barroso Silva, com
comentários de José Carlos Barroso
Por ocasião da IV
Exposição Agropecuária e Industrial de São João Nepomuceno, ocorrida de 11 a 18 de maio de 1975 o
Professor Ubi Barroso Silva um dos Diretores dos Colégios: São João Nepomuceno,
Comercial São João Nepomuceno, e Normal Dona Prudenciana, apresentou um breve
histórico do ensino secundário em nossa terra, histórico esse que foi ofertado
aos visitantes daquele evento.
Na ocasião os
tradicionais Colégios são-joanenses eram apresentados a todos os que visitavam
São João Nepomuceno em um stand montado no parque de exposições.
Escreveu assim o professor Ubi Barroso Silva:
Na
historia de nossa casa de ensino retrocedemos ao ano de 1912.
Dona
Prudenciana Faustina de São José, proprietária rural de renome e de tradicional
família são-joanense, figura de proa na sociedade de então, senhora de
acrisoladas virtudes, sentiu que São João Nepomuceno necessitava de um curso,
que desse continuação, que completasse o primário.
Dona
Prudenciana Faustina de São José nasceu em 08 de agosto de 1853, em plena
época da escravatura. Era filha de Domingos Henriques de São Nicácio e de Maria
Balduina Pereira Alvim. Seu avô paterno Domingos Henriques de Gusmão foi um dos
fundadores de São João Nepomuceno e ai todo o seu desprendimento e caráter de
benemerência e idealismo.
Dona Prudenciana casou-se com o viúvo
Comendador José Soares Valente Vieira, e desse casamento lhe veio uma única
filha Francisca Cristina Soares (que conhecida também por sua bondade era por
todos chamada de Tia Chiquinha) casada com José Henriques Pereira Brandão, o
Coronel Zeca Henriques. Líder político, vereador e agente executivo em São João Nepomuceno
no período de 1906 a
1912, tendo sido figura de destaque na instalação do ensino médio e construção
do edifício para abrigar a Escola Normal.
Dona
Prudenciana faleceu em 07 de dezembro de 1933 aos oitenta anos
Para a consecução de sua idéia, reuniu ela a apreciável
soma de $40:000.000 (quarenta mil reis) e iniciou a construção de um sólido
edifício que seria a sede do curso secundário em nossa terra.
Para a sua construção contou com o auxilio de outra figura
exponencial de nosso passado, uma das glorias de nosso município; o Dr. Augusto
Gloria Ferreira Alves, figura de reais méritos, de grande cultura e de valor
inexcedível.
O Professor Ubi
contando-nos a participação do Dr. Augusto Gloria na construção do edifício
relatou-nos que pode ser creditado ao mesmo o desenho da fachada do prédio
(hoje uma confecção) e que toda ela se envolve de curiosidades como a sua
simetria e a abertura entre o forro e a parte superior das paredes das salas de
aula facilitando assim a refrigeração uma vez por ali saia o ar quente. Outro
fato interessante também é que no interior do prédio foi construído um jardim
em estilo romano, o que tornava as salas mais claras e refrigeradas
naturalmente proporcionando conforto ao aluno e professor.
Construiu-se o edifício e, em 1913, sob a denominação de
Ginásio São Salvador iniciaram-se as aulas do curso normal apenas.
Em 23 de setembro de 1913, pelo decreto 4.014 do Governo
Estadual, foi o curso normal reconhecido “com todas as regalias da Escola
Normal da Capital”. Em 14 de outubro de 1913 pelo Decreto nº 4.28, foi mudado o
nome de Ginásio São Salvador para o de Escola Normal Dona Prudenciana, em
homenagem àquela que, à custa de sacrifício enorme, tudo fizera para que seu
alevantado ideal se tornasse realidade.
D. Prudenciana Faustina de São José, espírito muito
evoluído e avançado para a época, figura que não pertencia aos meios culturais,
educacionais, ou políticos da cidade, numa visão incomum, como que inspirada
por sopro divino se propõe a realizar obra de tal envergadura. A ela, ao seu
desprendimento, ao seu amor ao município, todos nó muito devemos e,
respeitosamente, homenageamos neste momento sua memória.
Denominou-se, pois, GINÁSIO SÃO SALVADOR, e de 1912 a 1913 foram seus
dirigentes Raimundo Tavares e Francisco José da Paixão.
De 1914
a 1920, foram seus diretores sucessivamente, os professores
Francisco José da Paixão, Emanuel de Aguiar, José James Zig Zag, Padre Teófilo
Bento Salgado e Antonio Regis de Oliveira, conservando-se os nomes de ESCOLA
NORMAL DONA PRUDENCIANA E GINÁSIO SÃO SALVADOR, pois já então funcionava aqui o
antigo curso Ginasial.
Em 1920, o professor Antonio Regis de Oliveira, vendeu o
colégio para o INSTITUTO LA-FAYETTE, que fez sua filial até o ano de 1922,
inclusive com o nome de INSTITUO LA-FAYETTE, Sucursal de São João Nepomuceno.
Em 1923, fechou-se o curso ginasial, continuando-se o curso normal.
Em 1924 foi adquirido pelo Dr. André Dumourtut, que o
reabriu ainda com o nome de GINASIO SÃO SALVADOR, que depois passou a
denominação de GINÁSIO MUNICIPAL DE SÃO JOÃO NEPOMUCENO, nome que funcionou até
1930 inclusive.
Em 1930 novo lapso ocorreu na vida do GINASIO SÃO
SALVADOR, Foi ele novamente fechado, continuando a Escola Normal que nunca teve
solução de continuidade.
Desde o período de 1920ª 1930, o GINÁSIO SÃO SALVADOR,
gozou do prestigio das bancas examinadoras do Departamento Nacional de Ensino.
Em fins de 1924 tornou-se proprietário do estabelecimento
o Professor Alberto Álvaro Pacheco, que o reabriu com o nome de INSTITUTO SÃO
JOÃO tendo requerido e obtido DO Ministro da Educação a sua inspeção preliminar
pelo processo nº.12.508 do MEC.
Exerceram as funções de diretores técnicos e
administrativos além do proprietário Alberto Álvaro Pacheco, os professores,
José Miguel Pacheco, Antonio Filipe Galvão e Dr.Altair Lisboa de Andrade.
Dr.Altair Lisboa de Andrade, mais tarde e por merecimento foi promovido para a comarca de Laginha
e, imediatamente removido para esta comarca, em data de 2 de janeiro de 1956,
como Juiz de Direito deixando o exercício em 30 de março de 1959.
Em 1942, de acordo com o artigo 5º da Lei Orgânica do
Ensino Secundário, passou a denominar-se GINASIO SÃO JOÃO NEPOMUCENO,
conservando a ESCOLA NORMAL DONA PRUDENCIANA, o seu nome.
Em janeiro de 1945, adquiriram em condomínio a propriedade
do GINASIO SÃO JOÃO NEPOMUCENO e da ESCOLA NORMAL DONA PRUDENCIANA, os
professores Dr. Rui Barroso Silva e Nilo Camilo Ayupe.
Em 1946, estes professores requereram ao então Ministério
da Educação e Saúde, o funcionamento do curso de comercio, fundando-se pela
portaria nº 545 de 26.09/ 46 a
ESCOLA TECNICA DE COMERCIO SÃO JOÃO NEPOMUCENO, ficando o patrimônio da casa
enriquecido com mais este curso.
Em outubro de 1949afastou-se da direção o professor Nilo
Camilo Ayupe, adquirindo a sua parte os professores Ubi Barroso Silva e Ari
Barroso Silva, passando a sociedade a ser dirigida pelos três irmãos.
Em 1952, deixa a sociedade o professor Ari Barroso Silva
ficando a direção apenas sob a responsabilidade dos irmãos Rui Barroso Silva e
Ubi Barroso Silva, os quais ali se acham até o presente.
Em virtude de nova Lei Orgânica do Ensino Secundário de nº
4.024 de 20.03.61, a então Escola Normal Dona Prudenciana passou a denominar-se
COLÉGIO NORMAL DONA PRUDENCIANA e a Escola de Comercio São João Nepomuceno,
passou a chamar-se COLÉGIO COMERCIAL SÃO JOÃO NEPOMUCENO.
Em 1970, pleiteou-se e conseguiu-se a atual diretoria a
fundação do Curso Cientifico, que foi oficializado pela Portaria 207 de
13.03.70, do MEC, enriquecendo-se mais uma vez o patrimônio dos cursos,
passando, dessa forma o então Ginásio São João Nepomuceno à denominação de Colégio
São João Nepomuceno.
Com o advento da lei nº 5692, de 11 de agosto de 1971,
todos os cursos passaram para a órbita estadual e pelas resoluções de números
590/74 de 16.04.74 e 589/74 de 16.04.74, o Colégio São João Nepomuceno e o
Colégio Comercial São João Nepomuceno, foram reconhecidos pela Secretaria de
Estado da Educação, como integrantes da Rede Estadual de Ensino.
A atual diretoria desde que iniciou suas atividades
procurou por todos os modos e meios melhorar as instalações do prédio, dota-lo
de mais conforto e, o que é mais importante procurou a especialização de seu
pessoal docente que hoje é de real mérito e de aprimorada cultura.
Nessa linha de pensamento, nesse modo de agir substancial
reforma foi efetuada no antigo prédio procurando conservar tudo como era
dantes, mas construindo – se acréscimos no prédio primitivo e melhorando-se o
que já existia.
Novo material didático foi adquirido, novo mobiliário que
substitua o antigo esta paulatinamente sendo comprado a fim de que os alunos
tenham maior conforto e possam ter maior aproveitamento.
As instalações sanitárias foram completamente remodeladas,
construindo-se tudo em nova área, aproveitando-se as áreas velhas para a
construção de novas salas de aula, dada a demanda cada vez maior, pois o numero
de alunos aumentou sensivelmente.
Maquinário moderno que atenda as necessidades dos serviços
de secretaria e tesouraria foi adquirido e procura-se a todo instante a
modernização dos métodos de ensino, de orientação e administração.
No corrente ano letivo (1975) para melhorar mais o nível
intelectual dos alunos do Colégio São João Nepomuceno, foi requerido pela
diretoria um novo curso profissionalizante dentro da filosofia da nova lei 5.692:
o Auxiliar de Laboratorista de Análise Química, processo ainda em andamento no
egrégio Conselho Estadual de Educação, e como reforço das aulas do referido
curso, que veio substituir o ex-cientifico, dentro da mentalidade
profissionalizante da nova lei, adotamos os métodos de ensino do curso CAVE –
CAVEME de Juiz de Fora dele recebendo orientação, testes, provas, apostilas,
etc. Tudo é executado como nos grandes centro, sendo as provas a que são
semanalmente submetidos os alunos, corrigidas por computação eletrônica, em
Juiz de Fora.
Pensa a atual diretoria, e para isto está dando os passos
iniciais, na implantação aqui de um curso superior, com a fundação de uma
Faculdade de Ciências Contábeis como passo inicial, partindo-se daí para a
formação de outros cursos também de ensino superior.
Um capitulo a parte de nossa organização são os esportes e
a fanfarra de que é dotada o Colégio.
Quando da realização do 1º JECA (Jogos Estudantis de
Cataguases) promovido pela Diretoria de Esportes do Estado de Minas Gerais,
nossos alunos competiram com outros de várias cidades e conseguimos arrebanhar
cerca de 70 (setenta) medalhas e 13 (treze) troféus o que atesta o alto nível
de nossos atletas. Pena é que a Diretoria de Esportes não tenha persistido no
plano inicial de repetir tais disputas anualmente.
A fanfarra que abrilhanta todos os anos a abertura da
Exposição Agropecuária e comanda nossos desfiles, está atualmente com cerca de
cem participantes, todos muito bem treinados e perfeitamente entrosados, muita
ordem, muita disciplina, muito garbo se vê nos alunos que a compõem.
A
fanfarra do Instituto Barroso era verdadeiramente a grande atração das
aberturas da Exposição Agropecuária, de São João Nepomuceno, chegando até a se
apresentar em Belo
Horizonte , em Juiz de Fora, em Ubá por diversas ocasiões, e
nas aberturas de suas exposições, em Leopoldina também durante as suas
exposições, em Santana do Deserto, em Descoberto, em Rochedo de Minas.
O
vinho e o branco e o ouro era o destaque, que reluzia entre o rufar dos
tambores, e nos toques das cornetas, liras e flautas, apresentando um
repertorio próprio para fanfarras, e ainda musicas do folclore brasileiro e da
musica popular.
As
ginastas e balizas davam o toque feminino importante as suas apresentações.
De
igual importância era o conjunto que se entrelaçava a cada apresentação, sendo
uma escola de civismo e de amizade pura e sincera que perdura até a presente
data.
Para
se compreender o seu sucesso é interessante conhecer a sua historia, que pode
ser contada por seus integrantes e, não há um desfile na atualidade que os
comentários partem do povo nesse sentido. São muitas as historias e muitos os
personagens, todos comandados pelo Professor Helio Roberto Barroso Silva, com a
nossa humilde colaboração, já que de musica sei apenas apreciar.
Aqui se trabalha com afinco e com interesse de melhorar
sempre, e mercê de Deus, temos conseguido ótimos resultados nos vestibulares a
que submetem nossos alunos nas mais diversas Universidades do País. É-nos grato
dizer, porém difícil de enumerar que muitos alunos de nossas casas hoje galgam
postos de importância vital em grandes empresas, em Bancos, em Autarquias,
enfim em todos os setores da vida nacional.
E tudo isso é conseguido porque nosso pessoal docente é
cuidadosamente escolhido, dele fazendo parte 26 pessoas gabaritadas e de
reconhecida capacidade moral e intelectual, que se esmeram nas aulas dos conteúdos
específicos sob sua regência. Seis outros auxiliares, cada um em sua função compõem
o quadro de funcionários dos estabelecimentos.
E dessa forma vão o Colégio São João Nepomuceno, o Colégio
Normal Dona Prudenciana e o Colégio Comercial São João Nepomuceno, cumprindo o
seu destino histórico, trabalhando a sessenta e dois anos pelo engrandecimento
do nosso povo, dando-lhe a luz do saber, pois sabemos que o progresso, o
desenvolvimento de nossa terra e de nosso querido Brasil, somente se dará com o
aprimoramento da cultura de nosso povo.
Somos gratos a Deus que nos deu a oportunidade de podermos
trabalhar para que nosso Município cresça cada vez mais e que se firme
definitivamente no cenário nacional.
São João Nepomuceno, 11 de maio de 1975.
Ubi Barroso Silva
A
partir de então os Colégios passaram a integrar o nome de fantasia INSTITUTO
BARROSO, e sua diretoria não mediu esforços para que a excelência na educação
fosse uma constante, quando então requereu junto a Secretaria de Estado da
Educação os cursos de Estudos Adicionais em Português e depois em Educação Pré-Primária ,
equivalendo ao 4ª série do curso normal.
Como
tudo foi resultado de uma grande luta, onde interesses escusos permeavam o
caminho daquele tradicional educandário, o interesse da derrocada, as perseguições
gratuitas se intensificaram, chegando-se então as raias da incompreensão total,
onde a divisão passou a fazer parte da inteligência de alguns políticos, que
por interesses particulares, ensejavam dividir com intuito de somar, como se
isso fosse possível, passaram a contrariar até as ciências exatas.
Sinceramente
esta é uma pagina da historia, que não gostaríamos de estar contando, passados
tantos anos, mas os fatos mesmo que tristes tem que se dar conhecer, porque a
historia não permite interstícios de desconhecimento.
As
lacunas não podem existir neste contexto e, a cada solapada em suas estruturas
era um passo certeiro para um triste final, que pude sustentar sozinho, já que
todos os pilares daquela casa já haviam partido.
Primeiro
o Dr. Rui Barroso, depois o seu irmão Ubi Barroso Silva (+1988), depois a sua
esposa Dila Henriques Barroso (+1992).
A
partir de então passaram a dirigir o centenário estabelecimento de ensino os
professores José Carlos Henriques Barroso e, Luiz Otavio Barroso Silva.
A
tudo e a todos se somaram o desconhecimento de causa, os interesses recônditos
e, não foi fácil reunir com funcionários e pais para informar o encerramento
das atividades de um educandário, que lânguido pelas dificuldades intrínsecas e
financeiras.
Chegava
ao seu final uma vida de dedicação plena, de historia de sucessos. Os sustentáculos
já haviam partido, e confesso que fico grato a Deus por não ter permitido assistir
a desilusão e a desventura de mais uma pagina da historia virada.
Se
fomos fracos, ou fortes talvez um dia o tempo nos dirá, mas lhes confesso
jamais senti pressão tão forte, jamais assisti momentos de inimaginável tristeza.
Nunca
mais tive vontade de voltar à casa grande da colina da esperança, porque essa
tristeza eu jurei não me permitir passar.
Hoje
é apenas a casa grande que prazerosamente teve seus momentos de gloria onde
pudemos viver e sonhar livre da opressão dos tempos de senzala.
Hoje
convivo honrosamente com os testemunhos dos agradecidos pelos ensinamentos de
meus pais, pois não há um dia sequer que eles não são lembrados pelo povo desta amada terra, o que me faz lembrar sempre de uma frase que meu pai costumava nos
dizer: A MAIOR VIRTUDE DE UM HOMEM É A GRATIDÃO.
Obrigado
meu Deus por ter me proporcionado participar de tão rica historia!
Amigo Jose Carlos! Parabéns pela postagem!
ResponderExcluirNa oportunidade, tomo a liberdade de narrar novamente esta minha estranha experiência que aconteceu no ano 2009:
“Fui pela primeira vez, desde o seu fechamento, ao prédio de nosso saudoso ginásio “Do Sôbi”, para fazer a devolução de uma calça, que minha filha havia comprado. Como todos sabem, no local hoje, funciona uma grande e importante confecção de nossa cidade.
Assim, subindo vagarosamente as escadas, cheguei onde antes funcionava a secretaria. Por sinal, em nada me fez lembrar o antigo lugar.
Pedindo então à simpática funcionaria, para que pudesse dar uma rápida olhadinha na parte interna do prédio, fui prontamente atendido! Por sorte, sabia de antemão, que seu interior teria sido todo modificado.
E lá fomos nós, até chegarmos mais ou menos, onde seria o final do antigo corredor de entrada. Pra ser mais exato: próximo ao local em que ficava aquela famosa porta do tipo faroeste.
Então, após uma breve olhada, mentiria se dissesse não ter ficado feliz ao observar a fisionomia de dezenas de funcionários, que alegremente trabalhando, estavam ali ganhando o seu pão de cada dia.
Da mesma forma, mentiria também, se dissesse, não ter sido capaz de visualizar outra coisa, a não ser aquele inesquecível Jardim Central, ladeado pelas varandas internas, com seus imensos portais que davam acesso às salas de aula.
Para minha felicidade, meu inconsciente, talvez num ato de extrema rejeição, me foi capaz naquele momento, de compor um belo quadro, fazendo com que aquelas pessoas que ali estavam, passassem a fazer parte de uma cena imaginária, junto com minha lembrança do passado.
E assim, feliz da vida, comecei a descer a famosa Colina da Esperança, carregando comigo a gostosa sensação de ter acabado de assistir a ultima aula.”.
Serjão Missiaggia
Meu amigo José Carlos,como o Serjão eu também guardo ótimas lembranças do tempo em que fui aluno do Instituto Barroso.Formando-me no curso Ginasial ,no " Augusto Glória" que funcionava perto de minha casa,chegara a hora de partir para voos mais altos,pois era minha intenção seguir os estudos,já pensando em,depois,igressar no Curso Superior.Ficava para trás o ano de 1970 e eu já me sentia ansioso por conhecer aquele educandário onde muitos de meus amigos estudavam e que havia criado o Curso Científico,escolhido por mim para me preparar para a difícil tarefa de chegar à Universidade bem preparado.E foi o Instituto Barroso que me proporcionou alguns dos mais felizes anos de minha vida,coroados com a vitória no vestibular do Curso de Direito,na Universaidade Federal de Juiz de Fora,classificando-me em 9º lugar,sem ter frequentado nenhum dos famosos cursinhos pré-vestibulares na época existentes em Juiz de Fora,que vários de meus amigos frequentaram.Eu não,juntamente com alguns colegas que insistiram em ficar em São João,tive a honra de ter feito todos os meus preparativos no nosso amado e inesquecível Instituto Barroso.Quanta saudade!Um abraço,meu amigo José Carlos.Mais não consigo escrever,pois as lágrimas me afloram aos olhos ao lembrar-me de tantas pessoas excelentes com as quais tive o prazer de conviver,uma delas,em primeiríssimo lugar,o seu pai Ubi Barroso Silva,em quem encontrei um dos maiores exemplos de vida.
ResponderExcluirMeus prezados amigos Serjão e Nilson:
ResponderExcluirDepois de tantos anos e desde o encerramento das atividades do Instituto Barroso aquece o meu coração as palavras de vocês.
Entendo que a grandeza dessa casa de ensino está no coração de vocês, como de tantos outros que a cada dia manifestam as suas recordações e carinhos.
Por este motivo sangra esse velho coração ao lembrar que os políticos da época, que podiam ter feito algo se puseram inertes, cruzando os braços e fechando os olhos, e assim deixaram encerrar as suas atividades uma das escolas mais tradicionais de Minas Gerais e, verdadeiramente nos transformando em orfãos, e soterrando uma das mais belas historias de um tempo soberano de nossas vidas.
Porém me enche de orgulho saber o significado daquele educandário na vida do são-joanense, como de tantos que nos ajudaram a construir uma historia, apesar das intenções contrarias.
Agradecido imensamente muito me honra os depoimentos de vocês sobre a importância de meu pai no contexto da vida.
Abraço-os agradecido saudoso daquele bons tempos.