A comunidade
católica de São João Nepomuceno receberá de volta as 14 estações da Via Sacra,
de autoria do artista italiano Luigi Morgari, que acabam de passar por
processo de conservação e restauração.
As obras de arte
restauradas retornam à Igreja Matriz de São João Nepomuceno e estarão expostas
ao público em evento a ser realizado nesta sexta-feira (11/04), às 20 horas, na
Igreja Matriz, quando acontecerá palestra ministrada pelo restaurador Valtencir
Almeida, técnico responsável pelas ações de preservação, e entrega de folder
explicativo sobre as obras e o processo de restauro.
A restauração foi
realizada com recursos do fundo municipal de preservação do patrimônio
cultural.
O evento é uma
realização da Paróquia de São João Nepomuceno, Prefeitura Municipal de São João
Nepomuceno, Fundação Cultural de São João Nepomuceno e Conselho Municipal do
Patrimônio Cultural de São João Nepomuceno.
da Redação SJ
Online com divulgação do evento
Restauração da Via Sacra de Luigi Morgari
As peças foram
Introduzidas na Igreja Matriz no início do século XX, a (re)
descoberta dessas obras, que estiveram em desuso há várias décadas, se deu no
ano de 2008, através da pesquisa do acervo da Igreja Matriz de São João
Nepomuceno, por ocasião da elaboração do Inventário do Acervo Cultural,
desenvolvido pelo Conselho Municipal do Patrimônio Cultural. Na época os
conselheiros e pesquisadores intrigados com a beleza da obra e seu avançado
grau de deterioração, convidaram restauradores e historiadores para a identificação
e diagnóstico do acervo.
Histórico
O livro de Tombo da Igreja Matriz de São João Nepomuceno,
com inscrições realizadas em 1978, possui a transcrição de artigos de autoria
do Dr. José de Castro Azevedo, publicados anteriormente no Jornal “A Voz de São
João”, que registram a história desse acervo. Segundo os registros o artista
italiano Luigi Morgari teria feito uma cópia da “Via Sacra” do imortal pintor
flamengo Rubens, telas admiradas universalmente. O autor do relato no livro do
Tombo chega a afirmar que, à época da aquisição, no Catálogo constava a
declaração de que eram cópias das obras de Rubens, executadas por Luigi
Morgari.
As obras foram adquiridas na cidade de Juiz de Fora, na Casa
Sucena, importante filial da maior casa de arte no Brasil, na transição dos
séculos XIX para o século XX. A inauguração das obras na Matriz se deu em
dezembro de 1919, graças aos esforços do Dr. Augusto Glória Ferreira Alves,
época em que foram bentos os quatorze quadros que compõem a “Via Crucis”.
O ato solene de inauguração se deu no dia 25 de dezembro de 1919 com a presença
de várias autoridades religiosas. Ainda sobre a inauguração registra o referido
livro de tombo que “a cerimônia foi celebrada às 18 horas, houve
Te-Deum cantado pelos mesmos sacerdotes e com a colaboração do Grêmio
Musical “Memória a Daniel Sarmento” ao qual se seguiu a bênção com o santo
lenho”.
O registro histórico traz ainda algumas informações técnicas
que permitem entender a mudança do sistema de acondicionamento da obra, com a
substituição das molduras. Segundo as anotações “as telas, à época estavam
colocadas em molduras trabalhadas a ouro, e que se não nos trai a memória,
custaram - telas e molduras - a elevada quantia de 15:000 $ 000, segundo nos
teria dito o Dr. Glória [...] O tempo chamou para si a obra de destruição da
moldura que, bem recentemente, foi substituída por outra de cabiúna,
aproveitada da balaustrada das grades que ficavam debaixo das tribunas”.
Com o tempo as obras caíram em desuso. Redescobertas em 2008 passaram por longo
processo de limpeza e acondicionamento técnico e inventário até que o projeto
de restauração fosse retomado em 2013.
fonte: folder/divulgação
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