DADOS
PARA A HISTORIA DO ABRIGO DONA AMBROSINA DE MATOS
Por
Dario de Castro Medina
Com
introdução e notas de José Carlos Barroso.
Texto original publicado em Voz de São João
Em 11 de junho de 1968 o Senhor Dario de Castro
Medina, enviou ao Sr. Carlos Pelegrine Rocha à redação de Voz de São João dados
sobre a criação da Associação Beneficente “Santo Antonio de Pádua” entidade
mantenedora do Abrigo “Dona Ambrosina de Matos”.
Essa preciosidade chegou-me as mãos pela gentileza
de um neto do Senhor ANTONIO MACHADO,
que foi um dos fundadores daquela entidade filantrópica, o meu dileto amigo
Reginaldo Machado Filho (Peixeira) e, de um sobrinho desse mesmo senhor, outro
amigo, o senhor Luiz Campos.
Dario de Castro Medina, era pai do saudoso Dr.
Heleno de Gouvêa Medina e do amigo e eminente professor o historiador Paulo
Roberto de Gouvêa Medina, dois homens de cultura invejável e de inolvidável saber
jurídico.
Dr. Heleno de Gouvêa Medina além de proprietário da
farmácia Oswaldo Cruz foi ainda Vice Prefeito na primeira gestão de Célio Ferraz,
período de 01.01.89 a 31.12.92, naturalmente seguindo os passos de seu pai, seja
como proprietário da Farmácia Oswaldo Cruz, ou na política, já que Dario de
Castro Medina, foi proprietário da farmácia Oswaldo Cruz, Vereador e Prefeito
de São João Nepomuceno no período de 01.02.55 a 31.01.59.
Escreveu
Dario de Castro Medina, o Sô Dario da Farmácia:
Prezado
Carlos:
Depois de uma vida afanosa, vejo-me obrigado a um
repouso por determinação médica, que não me leva de todo a ociosidade. Não quis,
porém deixa-lo escoar-se todo, sem que algo de proveitoso fosse feito.
Tenho recordado da trabalheira que tivemos para a
construção do Abrigo “D. Ambrosina de Matos” mantido pela Associação
Beneficente “Santo Antonio de Pádua”. Não (??...) na proposta de um dia se escrever a historia
de nosso município, quando se fará o realce necessário e preciso de todas as
suas instituições as organizações locais a tudo aquilo que forma a grandeza de
nossa terra.
Tenho me ligado desde os primeiros tempos a fundação
daquela benemérita instituição, não poderia me furtar não só do prazer, mas
também no dever de colaborar, para que se escreva a historia de nossa terra
distorções ou glorias infundadas, mas, também sem deixar de fazer honra ao mérito
àqueles, que efetivamente colaboraram para que ela atingisse, hoje, ao ponto em
que se encontra.
Diga-se, pois que a idéia da criação daquela entidade
se deve ao idealismo de três moços jovens dotados de acentuado espírito
cristão de elevado amor ao próximo: SEBASTIÃO CARDOSO, JÚLIO PROTÁSIO DE
ARVELLOS e ANTÔNIO MACHADO.
Foram eles, que em janeiro de 1939, fundaram a então SOCIEDADE BENEFICENTE
“SANTO ANTÔNIO DE PÁDUA” ou “PÃO DE SANTO ANTÔNIO”, para assistência aos
mendigos, e a infância abandonada. Era de vê-los nos dias feriados, ou
santificados, galgar os morros, visitar os centros populares assistindo a uns,
de outros recebendo as migalhas que sobejassem para o probo faminto que viesse
pedindo de cada qual o que pudesse dar. Sentia-o a satisfação com que recebiam
dos mais humildes, o mil reis que somando ao outro e, a muitos outros lhes
permitiam socorrer os mais necessitados e ainda sobrar. Vieram então a mim com
a proposta, já que a entidade tomava vulto, para que a estruturássemos, foi aí
constituída a sua primeira diretoria tendo como Presidente – Júlio Protásio de
Arvelos, como Secretário – Sebastião Cardoso e, a mim como Tesoureiro.
Em certo dia o nosso boníssimo amigo e médico Dr.
Euclides de Freitas nos revelava que o Dr. Joaquim de Matos, nosso conterrâneo
e, ilustre advogado em São
Paulo , houvera se dirigido por carta, ao Dr. João Gonçalves
Couto, já a época empenhado na grandiosa obra, que culminaria no nosso modelar
Hospital São João, oferecendo 30.000$000, hoje seriam trinta e seis cruzados
novos, para que fosse criado um departamento anexo ao Hospital, onde seriam
recolhidos os desvalidos da sorte os velhinhos para que tivessem uma morte
tranqüila. Como era natural, Dr. Couto ponderou ao Dr. Joaquim de Matos a
impossibilidade do atendimento, para que não desvirtuassem as elevadas
finalidades a que se propunham os diretores daquela casa de caridade. Sabedor
dos fortes laços de estima que ligavam o Dr. Joaquim ao Dr. Brás Vieira de
Mendonça a ele fomos e solicitamos a sua interferência junto ao conterrâneo
para que essa quantia fosse revertida para a irmandade.
Enquanto isso se passava, com o pouco que
conseguíramos amealhar adquirimos em 07 de outubro de 1910, a Firmino Pereira
Barbosa e sua mulher, uma casa com o respectivo terreno, medindo 2 hectares , 32 ares e 32
centiares no lugar conhecido como Núcleo, por 2.000$000, diz-se hoje NC$2,00
para ali construir um abrigo para a (??...) que se continuava a (??...) a
caritativa abolição da mendicância em nossas vias públicas assistida pelo “Pão
de Santo Antônio”
A entidade tomava vulto, porém não se houvera
constituído como personalidade jurídica. Foi assim que em março de 1941, era
fundada a Associação sendo eleito o seu primeiro presidente o Dr. Brás Vieira
de Mendonça.
Pouco depois o Dr. Joaquim atendia ao apelo que lhe
fora dirigido o que nos permitiu, em 17 de julho do mesmo ano dar inicio a
construção do Asilo, entregue aos conhecimentos do construtor Carlito Ricardo
Guazzi. A obra era concluída em fevereiro de 1942, para cujo termino então se
contou com a colaboração inestimável de nosso povo, das casas comerciais, dos
estabelecimentos e entidades públicas, enfim de todos os homens de boa vontade
de nossa terra. Finalmente a 16 de maio de 1942 era festivamente inaugurado o
abrigo, que tantos e inestimáveis serviços vêm prestando a terá são-joanense.
Depois bem conhecida a historia do Abrigo. Todos a
conhecem e seu jornal é um repositório de cada lance da vida da instituição,
fazendo Justiça àqueles que realmente trabalham pela assistência a velhice
desamparada.
São esses os fatos que a memória me vem e que
transmito a você, como um auxilio àqueles que um dia, desejarem escrever sobre
o passado de nossa cidade.
Com a estima e o afeto costumeiro, abraça-o o
Dario de Castro Medina.
Observação: (??...) significa que parte do texto foi suprido
pela dobra do original!!
Uma pena antigamente não ter tanta tecnologia (fotos)como hoje,gostaria muito que tivesse muito mais fotos dessa cidade que tanto amo!Fotos essas da década de 70/80 que foram os anos mais felizes da minha vida os quais passei por essa cidade que quem conhece se apaixona e não esquece jamais.
ResponderExcluirParabéns por você manter viva dentro de nós a História!
bjs e saudades de sua ex aluna.
Mônica Tavares
Mônica Tavares:
ExcluirObrigado pelo seu comentário. Confesso a você que esse é um grande prazer. A historia de nossa São João Nepomuceno, vai aos poucos sendo apresentada a todos, pelos estudos, pelas peças preciosas do passado, que estão sendo dispostas em um Museu Histórico, criado por nós quando superintendente da Fundação Cultural e pela continuidade dada ao mesmo pelo atual superintendente Keco Pinto, como ainda pela revelação de documentos importantes que nos são revelados. Convido você nesta oportunidade para uma visita aos outros blogs que temos, quais sejam de poesias, e outro de cronicas e artigos, cujos endereços estão identificados ao lado esquerdo deste blog. Prazer falar com você novamente. Obrigado pela visita!
Moro no Rio de janeiro, meu nome é Jorge antonio de araujo sou neto de castorina Ferreira de araujo ( im memoriam) , escutei muita vez minha vó contar a história do meu avô , Júlio Protásio de arvelos(in memoriam) sobre o asilo, era gostoso ouvir ela falar sobre está época, pesquisando sobre a família arvelos me deparei com a história do meu avô neste documentário, achei maravilhoso pois não conhecia toda esta história. Parabéns ao meu avô e o povo são- joanense.
ResponderExcluirMoro no Rio de janeiro, meu nome é Jorge antonio de araujo sou neto de castorina Ferreira de araujo ( im memoriam) , escutei muita vez minha vó contar a história do meu avô , Júlio Protásio de arvelos(in memoriam) sobre o asilo, era gostoso ouvir ela falar sobre está época, pesquisando sobre a família arvelos me deparei com a história do meu avô neste documentário, achei maravilhoso pois não conhecia toda esta história. Parabéns ao meu avô e o povo são- joanense.
ResponderExcluir