EM ALGUM LUGAR DO PASSADO.
Por Ney Medina
Nosso amigo Ney Medina em seu blog (esportes) nos brinda com um pouco da historia de nossa grande ELDORADO, obrigado caro amigo!
Eu particularmente não pude ter o prazer de ouvi-la nos famosos bailes de nossa Nepopó, mas algumas vezes a curiosidade levou-me a ver (em relances) alguns de seus ensaios. Tive a honra de conhecer seus integrantes, isto sim, eram músicos de primeira grandeza. Saudades caro Ney, saudades!!
Perdão Ney, mas como um blog sobre a historia de São João Nepomuceno, como este poderia ficar sem esta brilhante página histórica?
Orquestra Eldorado de: Pisca, Zenim, Zé do
Baixo, Delson Gonçalves, Floretinho, Noé, Zé Rigolon, João "Mamão", orquestra do magnifico Jura, Noé, Carlos Furlan, João Furlan, Zé do Popó, José Carlos Furlan, Paulo Velasco, Anésio Barbosa, Rui Barbosa, e de tantos outros que juntaram-se a esta plêiade de grandes músicos.
O esporte abre espaço para uma das
maiores Orquestras que o Brasil já teve – Orquestra Eldorado de São João
Nepomuceno.
Constituída no final da década de 30 /
início de 40, mas o auge de sua formação aconteceu nos anos 50 e 60. Foi a
segunda Orquestra a se apresentar no belo e recém inaugurado Carangola Tênis
Clube da vizinha cidade de Carangola. A Festa de abertura foi abrilhantada
pela Orquestra Tabajara.
Com apenas 17 anos, músico e
arranjador, meu Tio João Baptista Furlan iniciou sua carreira na Orquestra
Eldorado no início dos anos 50. Orgulhoso, me conta muitas histórias
relacionadas à Orquestra. Diz que na antiga linha férrea que ligava Ponte Nova
ao Rio de Janeiro, a Orquestra tocou em praticamente todas as cidades. Além do
Petropolitano, Hotel Quitandinha, São Paulo, Uberlândia...
Acredito que um fato marcante foi se
apresentar (anos 50) no Petropolitano, sábado de carnaval. Por ser a capital da
República, o Estado da Guanabara aproveitava as comemorações do Reinado de Momo
para reunir políticos, autoridades e a alta sociedade fluminense em 4 bailes de
Gala:
- sábado no Petropolitano (Petrópolis);
- domingo no Hotel Quitandinha
(Petrópolis);
- segunda no Teatro Municipal do Rio de
Janeiro e finalmente Terça no Hotel Glória!
Isso mesmo! Uma Orquestra de São João
Nepomuceno se apresentando no Petropolitano, sábado de carnaval, executando
belas músicas de carnaval para um seleto grupo de políticos, autoridades e a
elite Fluminense.
A primeira foto que ilustra o blog de
hoje tem algo incomum com um Clube de Petrópolis. Em 1961, por ocasião de mais
um aniversário do Internacional do Alto da Serra, o presidente daquela
agremiação Petropolitana, saiu às ruas buscando colaboradores para assinaturas
no “livro de ouro”; fato este que levantava fundos para a Festa. Sr. Waldir, um
admirador da Orquestra Eldorado, não só assinaria o livro, mas, também, pagaria
a orquestra. Só colocou uma condição: “ a orquestra tem que ser a Eldorado de
São João Nepomuceno. Além disso, quero jantar com eles junto à minha família e
um convidado amigo meu.”
Assim foi feito! O presidente do
Internacional veio a São João e acertou tudo com o Sr. Jura (pai do Carlos
Mauro, Jurinha, Itamar). Na data marcada, dia anterior ao baile, a Orquestra
Eldorado chegou a Petrópolis para se apresentar mais uma vez no suntuoso Hotel
Quitandinha.
Após um banho, os músicos foram
conhecer e jantar com o Sr. Waldir.
Saber que existia um admirador que
patrocinasse o baile, mas exigia a Orquestra Eldorado, até aí tudo bem, mas o
que todos não sabiam é que o “tal” convidado do Sr. Waldir era simplesmente o
Manuel Francisco dos Santos, o Garrincha.
Mané estava de folga da Seleção e
prestes a se tornar bi-campeão carioca pelo Botafogo e bi-campeão Mundial pela
Seleção Brasileira em 1962.
Belas histórias de nosso orgulho
musical que foi a Orquestra Eldorado.